Enviada em: 26/07/2018

Segundo o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade funciona como um corpo biológico onde o mau funcionamento de uma das partes provoca um colapso total. Paralelamente a isso, no Brasil, aumenta o número de casos de violência e  dependência por conta das drogas ilícitas, refletindo uma sociedade desamparada ansiando por soluções. Portanto, é necessário que, através da mobilização governamental e do amparo da saúde, o problema seja minimizado. Diante disso, torna-se passível de discussão a eficiência, hoje, no que se refere a questão da política antidrogas brasileira, visto que esse problema seja atual, conquanto tenha arraigados fatos históricos com consequências pautadas no socioculturalismo.      Em primeira análise, historicamente inferindo, no século XX funcionava o manicômio Colônia em Barbacena, Minas Gerais, viciados em drogas, por exemplo, eram internados e passavam por tratamentos violentos, como choques elétricos, que eram vistos como solução do problema. Com isso, não só no passado como também na contemporaneidade, dependentes químicos moradores de rua, como os da Cracolândia em São Paulo, por exemplo, são marginalizados socialmente. Junto a isso, são vistos pelo poder público como criminosos submetidos as violências policiais quando o problema deveria da dependência ser responsabilidade da saúde pública, que é um direito garantido pelo artigo 5º da Constituição, ao invés de serem resolvidos pelo lado penal.       Ademais, de acordo com o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias, o Brasil possui a terceira maior população carcerária do mundo. De acordo com o filósofo Kant, o ser humano é aquilo que a  educação o faz ser. Diante dessa problemática, os traficantes, nas prisões brasileiras, não são reeducados com trabalhos para que possam aprender algum ofício, por exemplo como ocorre nas penitenciárias dos EUA, como uma oportunidade de saírem do tráfico, visto por alguns como única opção. Além disso, as prisões por drogas, estão muito vinculadas ao preconceito com classes sociais mais baixas e a cor, enquanto uma maioria branca e rica, que também infringe a lei, passa despercebida justificada pelo preconceito enraizado na cultura brasileira.        Destarte, é necessário que haja uma mudança educativa na política antidrogas brasileira. Para isso, o Governo Federal junto com o Ministério da Saúde devem mudar a forma como o sistema penitenciário e as clínicas de reabilitação são conduzidos. Agindo por meio de profissionais que possam criar vínculos com o dependente, entendendo o seu contexto social, criando estratégias para uma técnica de tratamento adequada. Ademais, é necessário que os traficantes aprendam algum ofício, como medida educativa, nas penitenciárias para que não vejam mais o tráfico como opção quando forem soltos.