Enviada em: 12/03/2018

No início do século XX, os Estados Unidos implementaram uma política antidrogas que proibia a comercialização de bebidas alcoólicas em todo seu território. A Lei Seca, como ficou conhecida, deu luz ao mercado ilegal de bebidas durante o período que vigorou no país. De maneira análoga, o Brasil combate o uso de algumas drogas por meio de um conjunto de leis e ações militares. Entretanto, a eficiência dessa política antidrogas vem se mostrando infrutífera. O caráter proibitivo das leis, e a repressão seletiva da ação policial, podem ser apontados como causas.        Primeiramente, é possível analisar o cunho proibitivo da política antidrogas nacional que, por sua vez, ignora o fator social e imprime soluções profiláticas para suprimi-lo. Uma prova desse caráter pode ser observada na frequência que o noticiário relata a morte ou prisão do líder do tráfico regional. Porém, a demanda por drogas não cessa e a prática do tráfico se perpetua - assim como o consumo de bebidas alcoólicas se manteve durante a Lei Seca nos EUA. Entretanto, entender o uso dessas substâncias com um fim mercadológico, assim como fazem alguns países como Espanha, Portugal, Holanda e Canadá, poderia mudar as perspectivas para este impasse.        Outrossim, a repressão policial, reservada à determinadas camadas da sociedade, contribui para o agravo deste quadro ineficiente. Segundo Aristóteles, a política deve ser usada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. Neste sentido, a execução violenta da política antidrogas, praticada pela polícia militar, se mostra ineficiente. Uma vez que, ao contrário do pressuposto, como resposta às injustiças sofridas por membros da comunidade civil, a ação repressiva da organização militar intensifica a adesão de novos integrantes às organizações do tráfico.         Diante deste cenário fragilizado, é mister que se apliquem novas medidas a fim de garantir a eficiência da política antidrogas no país. Cabe ao Congresso Nacional convocar os cidadãos para que se pronunciem, por meio de plebiscito, quanto a legalização de determinada substância, como a maconha, que hoje sustenta financeiramente grande parte do tráfico de drogas no país. Abrindo, assim, à expectativa que este se torne um comércio passível de tributação e controle mercadológico. À Polícia Militar, cabe o papel de controlar e intensificar a punição dos membros que apresentarem comportamentos agressivos e desvio de conduta.