Enviada em: 23/07/2018

É inquestionável que a inserção dos jovens no mercado de trabalho é cercada por dificuldades na atualidade. De acordo com dados disponibilizados pelo Ipea, em 2017, aproximadamente 60% das pessoas entre 18 e 24 anos estão desempregadas. Torna-se evidente, portanto, a má preparação propiciada aos jovens, majoritariamente moradores de comunidades mais carentes, no sentido de integração no mercado de trabalho, resultando, por conseguinte, na intensificação de desigualdades sociais no país.       Nos últimos anos, o Brasil vive um grave cenário de recessão econômica. Com isso, a busca por emprego é extremamente acirrada, e a formação a nível superior tem se tornado, progressivamente, uma preparação fundamental para poder alcançar um cargo profissional. Esse preparo, entretanto, não é uma realidade de todos os jovens no país, na medida em que muitos desses, por viverem realidades de vida degradantes em zonas periféricas, precisam se preocupar em conseguir alimento em detrimento de uma boa base educacional. Destarte, esse pequenos, por não lograrem uma formação acadêmica de qualidade, não conseguem ingressar no mercado de trabalho formal e veem no mercado informal como única forma de subsistência, intensificando, assim, o preocupante cenário de informalização da mão de obra nacional.       Como se isso não bastasse, essa informalização também fomenta, profundamente, a desigualdade social no Brasil, pois esses jovens, devido à falta de oportunidades no mercado, enfrentam não só barreira sociais, mas também econômicas em seu cotidiano. Diante disso, cenários degradantes de concentração de renda como apontados pelo sociólogo Zygmunt Bauman em seu livro "A riqueza de poucos beneficia todos nós?", têm se tornado, paulatinamente, mais frequentes na realidade brasileira.       Logo, faz-se necessário que o Governo Federal, em conjunto com o Ministério da Educação, por meio da criação de centros educacionais em comunidades mais carentes, propicie a jovens mais pobres uma boa formação acadêmica para que, dessa forma, aqueles possam ter o preparo necessário para ingressarem no mercado de trabalho formal em detrimento da utilização de métodos ilegais para a subsistência. Por fim, é importante que o Ministério das Cidades, por meio da criação de projetos de reinserção social e higienização urbana (como, por exemplo, a instalação de saneamento básico que, infelizmente, ainda carece em zonas periféricas nacionais), conceda uma qualidade de vida melhor para crianças e adolescentes com condições financeiras desfavoráveis, incentivando-os, assim, a se prepararem melhor, tanto academicamente como profissionalmente, para ingressarem no mercado.