Enviada em: 28/06/2018

Durante o século XVIII, com o desenvolvimento dos processos industriais na Inglaterra, o trabalho infantil e jovem foi muito explorado, tendo jornadas de trabalho de até 16 horas por dia. Nesse sentido, tornou-se previsível que as ideologias trabalhistas circulantes na Europa fossem alcançar o território brasileiro, contudo, as ideias chegaram, mas os processos industriais só vieram a se desenvolver no século XX. Tal conjuntura, foi a principal responsável pela criação de barreiras no mercado de trabalho para os jovens, posto que em um curto período de tempo passou-se a exigir inéditas capacitações para a ocupação dos novos postos de emprego.   Nesses termos, é observável que ainda na contemporaneidade existem resquícios dos problemas relacionados ao desemprego de jovens. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, do total de jovens de 18 a 24 anos que estão em busca de emprego, apenas 24 por cento obtiveram êxito na ocupação de vagas de trabalho. Esse cenário, é a expressão não apenas da incapacidade receptiva do mercado de trabalho para com os jovens, mas também das dificuldades encontradas pelos empresários em arcar com toda a gama de exigências estatais que são solicitadas logo após a abertura de uma nova vaga de emprego.   Aliado aos pontos inferidos nos autos, pode-se ainda frisar a baixa demanda, no Brasil, por trabalhos que exijam alto nível de escolaridade. A Organização Internacional do Trabalho, em pesquisas, demonstrou que em países desenvolvidos a criação de postos de trabalhos para pessoas de alta escolaridade aumentou, enquanto que em países emergentes, como o Brasil, o número de empregos para a ascendente classe de jovens com alta escolaridade diminuiu, contrastanto com a crescente disponibilidade de empregos para pessoas de baixa escolaridade. Esses fatos, por si só, representam os desáfios enfrentados pelos jovens qualificados no país, posto que a posse da capacitação profissional não garante a entrada no mercado de trabalho, mas a sua ausência é tida como fator favorável ao ingresso no ambiente laboral.   Assim sendo, torna-se evidente a necessidade da intervenção popular e do Estado para a melhoria do espectro trabalhístico no Brasil. Portanto, o Governo Federal deveria prestar incentivos burocráticos aos empresáros que contratam um significativo número de jovens, fazendo a diminuição de encargos e de impostos para as empresas contratantes dos mesmos, com isso, abriria-se mais vagas e a receptividade do mercado de trabalho aumentaria. Ademais, seria de grande valia que o Estado promovesse, através do diálogo internacional, a abertura dos mercados trabalhísticos de alta qualificação, pois dessa forma conseguiria-se empregar a massa universitária inerte da atualidade.