Enviada em: 29/06/2018

Durante o período da ditadura militar, a ideologia imposta nas escolas era a obediência ao regime vigente, sem proposta de pensamento crítico, para formação de uma mão de obra adequada ao modelo militar. Por outro lado, na contemporaneidade, o compromisso das escolas deve ser com a formação acadêmica de qualidade dos alunos como indivíduos críticos, visto que isso aumenta as possibilidades dos alunos de conseguirem empregos. Entretanto, a falha no sistema de ensino compromete esse compromisso. Diante disso, tornam-se passíveis de discussão os desafios enfrentados, hoje, no que se refere as dificuldades dos jovens de ingressarem no mercado de trabalho.       A princípio, é importante frisar que, a educação de qualidade é essencial para a inserção trabalhista. Entretanto, em razão do ensino precário oferecido pelo Estado devido à falta de políticas públicas que proporcionem melhorias, parte da população não desfruta desse recurso, o que contribui diretamente para a má formação educacional dos adolescentes menos favorecidos, assim como, para a evasão escolar, fatores esses que impedem que a juventude ingresse, futuramente, no ensino acadêmico e, por conseguinte, seja excluída do ramo laboral, que exige cada vez mais especializações, formações técnicas e superiores. Consoante à dados do IBGE, no terceiro semestre de 2017, apenas 25% dos jovens desempregados conseguiram adentrar no mercado de trabalho, o que demonstra a forma como a questão alarma.        Além disso, é válido salientar que o mercado de trabalho polarizou seus serviços. Seguindo os princípios da Mais-Valia Relativa, do sociólogo Karl Marx, as empresas evoluem seus meios de produção, introduzindo novas tecnologias acarretando no desemprego estrutural. Nesse viés, a população jovem não possui a alta qualificação exigida pelo mercado, pois, como estão entre 18 e 24 anos, ainda não tiveram tempo para terminar um curso de nível superior, bem como os técnicos e assim qualificar-se para ocupar os cargos de emprego.       Diante das situações expostas, torna-se evidente a necessidade de intervenção. Portanto, é imprescindível que o Estado insira os jovens no mercado de trabalho, isso através por meio da oferta de ensino de qualidade, bem como, junto ao Estatuto da Juventude, a criação de programas, nos quais, em parceria com empresas privadas e órgãos públicos, sejam criadas vagas especiais para aqueles que nunca trabalharam, sendo oferecido também, por parte dos contratantes, oportunidades de crescimento interno empresarial, bem como, a oferta de qualificação por meio de cursos profissionalizantes, para que assim, esses quando enfim estiverem empregados, tenham oportunidades de progressão profissional. Seguindo essas medidas, a questão será, por fim, superada.