Enviada em: 02/07/2018

Ao infinito e aquém    De acordo com Oscar Wilde, escritor britânico do século XIX, " O primeiro passo é o mais importante na evolução de um homem ou nação". Nesse contexto, é preciso, pois, sair da inércia e engendrar - de forma racional - medidas cuja asserção seja compreender as dificuldades que muitos jovens enfrentam para ingressarem no mercado de trabalho. Em vista disso, é de suma relevância uma análise mais abrangente das circunstâncias, tendo em vista, mormente, atenuar seus impactos entre esse grupo.    Em primeiro lugar, é precípuo considerar que as políticas governamentais têm contribuído para esse processo. De modo que a frase do filósofo Foucault, " A vigilância é um caminho fundamental para o controle de processos negativos", sintetiza bem essa ideia. Isso porque, desde o começo do século XX, os países vinham demonstrando bom crescimento econômico e, por isso, a preocupação com uma possível falta de empregos era vista com certo desdém. No entanto, com as graves crises econômicas que tem assolado muitos países, a ausência de investimos no setor empregatício ficou bem evidente e, nessa conjuntura, a falta de possibilidade de ingressar no mercado de trabalho assolou boa parta da população, inclusive os jovens. A situação, porém, não se resume aos aspectos políticos.    Outrossim, é imperioso ressaltar que com os avanços tecnológicos os imberbes têm mudado a sua forma de ofício. Nesse sentido, para Habermas, as modificações sociais se constituem através do processo comunicativo. Diante disso, muitos jovens observaram no surgimento das mídias sociais uma nova forma de trabalho, que associa a possibilidade de faturar dinheiro com o processo de comunicação levantado pelo filósofo. Prova disso está no grande número de youtubers, que, muitas vezes, passam de simples mediados digitais a influenciadores nacionais. No entanto, o tradicionalismo e a falta de incentivo para que os jovens invistam em novas carreiras ainda são empecilhos que limitam o crescimento desse mercado de trabalho digital.    Fica evidente, portanto, a proeminência de medidas que busquem combater esse revés. Para tanto, cabe aos países investirem na educação universitária, a fim de que haja uma maior qualificação profissional e exista um aumento na possibilidade desse jovem ingressar no mercado formal de trabalho. Ademais, cabe à mídia e às Organizações Não Governamentais( ONGs), juntas, trabalharem, mediante novelas, propagandas publicitárias e filmes, as novas formas de ofício, visando desconstruir um preconceito latente na sociedade em relação ao trabalho digital. Assim, poderemos mudar uma ideia que rege a sociedade, na qual o jovem é limitado e designado como um protótipo para o futuro, mas no presente é inferiorizado em relação à sua capacidade.