Enviada em: 03/08/2018

Da universidade para a sala de casa       O aumento no acesso à educação de nível superior e consequente formação de jovens qualificados não foi acompanhado pelo crescimento no número de vagas no mercado de trabalho condizentes com o grau de especialização. Hodiernamente se é visto que as posições disponíveis são angariadas por profissionais que apresentam experiência na área, posto que as empresas visam o lucro e treinar um novo funcionário passa a ser uma expensa passível de abstenção.        Primeiramente, o mercado de trabalho demanda hoje uma hiperespecialização do  jovem, o que torna o acesso árduo e moroso. Além disso, esse afunilamento que ocorre durante o processo de capacitação torna o cidadão exigente com a posição de emprego a ser ocupada. No entanto, essa esperança é confrontada com a realidade de que as vagas são ofertadas para pessoas com algum grau de experiência. A lógica mercadológica tem seu foco no lucro; o saber acadêmico pesa, mas a vivência da realidade dentro de uma empresa também. Muitos destes cidadãos se recusam a iniciar em patentes de trabalho ainda não tão elevadas por acreditarem ser merecedores de um cargo melhor, o que evidencia uma ótica limitada, ao não enxergar as possibilidades verticalizadas de ascensão em um posto.        Ademais, se a situação é crítica para jovens que tiveram a oportunidade de se especializar, para quem não teve é ainda mais alarmante. No mercado globalizado, até mesmo o subemprego requisita qualificação, o que afeta diretamente as camadas mais sensíveis da sociedade e torna as chances mais escassas. É demasiadamente importante que essa procura pelo cargo não cesse e os horizontes se expandam, dado que a carreira de uma pessoa é alicerçada nessa rede fundada desde cedo.                Por fim, a visão dessa parcela da população nova em busca de vagas no mercado de trabalho há de se tornar mais abrangente, ao perceber com humildade as perspectivas de crescimento que determinadas posições podem oferecer, pois só assim poderá firmar uma rede de contatos e se estabelecer no ramo. Concomitante a isso, é preciso que as empresas se flexibilizem e deem chances para quem ainda não conseguiu emprego, pois assim tem a possibilidade de moldar o funcionário a sua forma e obter uma melhora na produtividade como resposta.