Enviada em: 10/08/2018

Pouca idade, Muita força        De um lado, a falta de preparo emocional dos candidatos na inserção no mercado de trabalho. Do outro, a dificuldade das empresas em oportunizar vagas para o primeiro emprego. E, no meio desse fogo cruzado, um jovem ávido por uma oportunidade laboral. Esse é o cenário enfrentado pelos jovens brasileiros na luta por um trabalho e que requer, o quanto antes, que coletividade e poder público unam forças em prol da resolução dessa demanda social.      Deve se pontuar, de início, que a ausência de aulas sobre educação socioemocional contribuem para tal realidade. Um bom exemplo disso, é que parcela significativa das faculdades do país não oportunizam aulas aos estudantes que orientem a como se comportar e como desempenhar as funções exigidas no exercício da profissão. Assim, jovens são formados com a instrumentação teórica completa, mas com dificuldades em expor na prática tudo o que foi aprendido. Logo, é preciso que as instituições de ensino atentem-se para esse fato, proporcionando aos seus alunos aulas ministradas por psicólogos e consultores de carreira, os quais mostrarão como lidar com as emoções no meio trabalhista e promover mais confiança frente ao mercado.      Segundo dados levantados pelo Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada -, as chances de um jovem conseguir o primeiro emprego é 64% menor que daquele que já trabalhou alguma vez na vida. Tal dado assusta, pois as empresas tem dificuldades em contratar mão de obra jovem por priorizar experiência nas operações. Com isso, a juventude, cheia de desejos e vontade de trabalhar, não tem oportunidades para aprender sobre a sua profissão, muito menos ganhar dinheiro e construir seu futuro financeiro. Grande parte do problema previdenciário enfrentado no Brasil se dá justamente por isso, a falta de contribuintes jovens para pagar a aposentadoria dos mais velhos, pois, se não trabalha, não tem como participar da previdência social. Portanto, o governo federal, em parceria com ministério do trabalho precisam estabelecer regras rígidas de recrutamento trabalhista, reservando porcentagem dos contratos para jovens de idade entre 18-28 anos, estimulando assim, a sua inserção nas empresas.      Urge, portanto, que os atores sociais unam forças no intuito de analisar as dificuldades dos jovens no ingresso do mercado de trabalho. Por tudo isso, além das medidas anteriormente citadas, ONGs que militam nesse setor devem, por meio de petições e abaixo-assinados, pressionar a iniciativa privada e o governo quanto a necessidade de fomentar o trabalho jovem. Dessa forma, o fogo cruzado formado será desfeito, e o país poderá resolver essa importante demanda, melhorando assim a vida de quem tem pouca idade, mas muito o que contribuir para o país.