Enviada em: 28/08/2018

De acordo com o sociólogo alemão Karl Marx, o trabalho é aquilo que move o homem, sua fonte de sustento e de sobrevivência desde os primórdios da civilização. Nesse viés, tendo em vista toda essa importância atribuída ao trabalho, percebe-se o quanto é preocupante a atual situação de difícil inserção dos jovens nesse mercado. Assim, faz-se necessário analisar as razões dos desafios existentes para esse grupo ingressar no mercado de trabalho, e buscar meios para mitigar a situação.      A princípio, cabe destacar a exigência do mercado como um dos principais obstáculos para a questão. Isso porque, hoje, num contexto de mercado globalizado, as qualificações tornam-se cada vez mais requeridas, como comprova Rúbria Coutinho, consultora em recursos humanos e desenvolvimento organizacional, que afirma que o mercado de trabalho contemporâneo busca por profissionais multifuncionais e que tenham atitude. Dessa forma, competências, como habilidade tecnológica, experiência laboral, conhecimento de línguas estrangeiras, formação superior e controle emocional, são muito demandadas. Com isso, há a exclusão de diversos candidatos que não tem o estudo suficiente, e, portanto, não se encaixam no perfil dos empregos.      Ademais, há também o problema do insuficiente número de contratações por parte das empresas. Isso ocorre tanto por causa dos volumosos impostos que precisam ser pagos pelos contratantes ao adquirir funcionários quanto devido a toda a burocracia envolvida no processo, o que desestimula as admissões. Dessarte, isso, somado ao mercado exigente, faz com que haja uma enorme concorrência em praticamente todas as áreas empregadoras. Por conseguinte, forma-se um grande grupo de pessoas desempregadas que, mesmo com alguma qualificação, tem que optar por prestar serviços que estão aquém de suas capacidades ou por exercer trabalhos informais. Prova disso é o dado do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que mostra que há 30% de chance de os jovens, entre 15 e 24 anos, que já trabalharam, ingressarem no mercado informal.     Torna-se evidente, portanto, que os jovens enfrentam desafios para entrar no mercado de trabalho e, por isso, medidas são necessárias para resolver tal questão. A priori, é dever do governo, em parceria com a inciativa privada, criar projetos de oferecimento de estágios, voltados aos jovens, mediante acompanhamento com profissionais e aulas práticas e teóricas que preparem o indivíduo para seus futuros empregos e, simultaneamente, os ajudem a desenvolver suas habilidades; isso com o intuito de formar jovens que atendam às expectativas do mercado. Deve, ainda, promover uma revisão nas leis trabalhistas para fazer as modificações precisas e, com isso, aumentar o número de empregos ofertados. Assim, será possível que o jovem possa ter o famoso objeto de estudo de Marx, o trabalho.