Enviada em: 05/09/2018

No desfecho da obra "Vidas Secas" a personagem Sinhá Vitória relata o sonho que tinha de ver seus filhos na escola e trabalho. A história criada por Graciliano Ramos, não se distancia da realidade brasileira, visto que a geração iniciante tem encontrado dificuldades para sua inserção no mercado de trabalho, dado a formação acadêmica insuficiente às exigências do mercado.       Segundo um estudo do IPEA, cerca de 57% dos jovens com idade entre 18 e 24 anos, encontram-se desempregados. Tal panorama pode ser fundamentado a partir do ambiente emergido em segregações socioeconômicas enfrentadas no território brasileiro. A exemplo da problemática da flexibilização da carga horária, obrigando os jovens a tomar decisões entre: permanecer nas escolas e garantir bases para um futuro acadêmico, ou se sujeitar a empregos informais, condicionados à marginalização, para garantir o mínimo de sustento a suas famílias.       A recente solicitação de redução de 70% das vagas destinadas ao programa "Jovem Aprendiz" , evidencia as defasadas bases legislativas e sócio - econômicas em detrimento do ingresso de jovens no mercado. De maneira que, esses trabalhadores permanecem a mercê da polarização do setor, tendo de caminhar de maneira individual em busca de oportunidades condizentes a seus planos profissionais e pessoais.       Diante do exposto, é necessário a criação de um órgão especializado ao atendimento dos jovens, em início da construção de suas carreiras , por meio de um projeto acessível do governo em associação ao Ministério do trabalho. Uma plataforma completa, que garanta o contato desta classe à profissionais da área econômica e das ciências sociais , para então, sanar suas dúvidas e inseguranças, de maneira que as barreiras do ensino deixaram de impedir a realização dos "sonhos das Sinhás Vitória" do Brasil .