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Enviada em: 10/10/2018

Segundo Zygmunth Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações políticas, econômicas e sociais é característica da "modernidade liquida" do século XXI. Nesse ínterim, observa-se que a ausência de capacitação profissional somada à inexperiência laboral contribuem para a instabilidade da inserção da juventude no mercado de trabalho brasileiro, o que dificulta a sedimentação de parte da população economicamente ativa no país. Com isso, urge estabelecer políticas públicas fornecedoras de bases mais sólidas aos jovens aprendizes para que possam atuar laboralmente na sociedade.    Em primeiro plano, destaca-se a inacessibilidade a cursos profissionalizantes como obstáculo para o alcance de um cargo trabalhista. No Brasil, apesar da existência de programas com fins laborais aos jovens, como o PRONATEC, a abrangência de matriculados ainda está longe de ser atingida, pois o governo de Dilma Rousseff fomentava alcançar 12 milhões de qualificações até 2018, no entanto cortes financeiros permitiram o ingresso de apenas metade do previsto, segundo o levantamento realizado pelo Ministério da Educação. Nesse cenário, evidencia-se que parcela significativa da juventude se submete a um currículo desnivelado com o mercado de trabalho competitivo por falta de oportunidade em cursos profissionalizantes.     Paralelamente a isso, nota-se que a preferência por mão de obra experiente diminui as chances de principiantes na economia. Segundo a pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, a possibilidade de um jovem conseguir seu primeiro emprego é 64% inferior que de um indivíduo na mesma faixa etária que já teve acesso ao mercado de trabalho formal. Diante desse quadro, parte juvenil se apresenta de forma desvantajosa, pois não há como mostrar o potencial laboral frente às empresas contratantes se as mesmas desabilitam os currículos iniciantes já no processo de seleção. Logo, a intervenção estatal deve atuar de modo a estimular cargos empregatícios aos amadores.     Destarte, entende-se que a escassa capacitação e experiência profissional são obstáculos a serem combatidos na inserção dos jovens no mercado de trabalho. Assim, torna-se imperioso que o Ministério da Educação abra novas vagas nos cursos profissionalizantes, por meio de novas parcerias com instituições técnicas educacionais privadas, com o fito de proporcionar maior cobertura de qualificação aos iniciantes. Ademais, compete ao Ministério da Fazenda, por meio de redução de impostos, estimular a contratação de cidadãos com o currículo ainda em formação pelas empresas, a fim de garantir o primeiro emprego. Desse modo, o país apresentará uma relação econômica mais estável e justa aos jovens brasileiros.