Enviada em: 01/05/2018

No século XIX, o Romantismo transmitia, pela representação de personagens literárias, uma conduta de submissão feminina que compactuava com os valores morais da época. No dinamismo contemporâneo, verifica-se o aumento dos casos de assédio sexual no Brasil. Diante disso, a problemática persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, seja pelo Poder Público, seja pela sociedade civil.    Mormente, é indubitável que a questão constitucional esteja entre as causas da adversidade. Segundo Aristóteles, a política deve ser utilizada, de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. Analogamente, o Estado rompe essa harmonia, tendo em vista que se observa a dificuldade das mulheres de denunciarem os casos de assédio. Como, por exemplo, falta delegacias especializadas para denunciar os casos e profissionais qualificados para atender as vítimas. Como consequência, salienta-se que 4 entre 10 mulheres brasileiras já sofreram assédio, segundo uma pesquisa do Datafolha.    Além disso, destaca-se a sociedade civil como impulsionadora da problemática. De acordo com Max Weber, em seu conceito de ação social, afirma que comportamentos construídos historicamente determinam a orientação comportamental de muitos indivíduos. Nessa perspectiva, o ordenamento patriarcal da sociedade é uma das raízes do problema, uma vez que o homem é considerado o chefe da família e à esposa cabe ‘’se dar ao respeito’’. Posto isso, a banalização e normalização do assédio, por meio de propagandas de bebidas alcoólicas e as cantadas nas ruas, influi que muitas mulheres não conseguem identificar o ato como assédio e denunciar. Por conseguinte, 86% das mulheres brasileiras sofreram assédio em público, seja em transportes ou em seu local de trabalho, segundo o portal G1.        Torna-se, evidente, portanto, que há entraves para garantir a resolução dos casos de assédio no Brasil. Em razão disso, faz-se necessário que Poder Executivo intensifique a liberalização de subsídios financeiros, a fim de criar espaços especializados para atender as denúncias, bem como promover a qualificação de psicólogos para atender e ajudar as vítimas. Ademais, cabe ao Ministério da Educação (MEC), instituir nas escolas, palestras ministradas por professores, que discutam o respeito e a proteção das mulheres, assim como o alterar o pensamento machista da sociedade. Aliado a isso, os veículos midiáticos devem criar campanhas contra a banalização do assédio, por meio das redes sociais, a fim de induzir uma reflexão sobre tais casos. Dessa forma, caminharemos para uma realidade diferente da vivenciada durante o Romantismo.