Enviada em: 19/06/2018

Desde a Antiguidade,  à mulher foi atribuído o posto musa encantadora pela sua beleza, documentada em diversas obras de arte. Todavia, a evolução deturpada desse pensamento perpetuou-se, objetificanfo-as como figuras meramente apreciativas e submetidas ao julgo masculino. Em razão dessa cultura,  o assédio sexual contra aquelas persiste atualmente.            Nesse contexto,  o papel social imposto às mulheres submetem-nas a essas situações vexatórias. Haja vista que elas são interpretadas como instrumento cuja finalidade é aprazer o desejo masculino, os homens pensam dispor de prerrogativas sobre o corpo daquelas e reproduzem atos que as ofendem.  A exemplo disso, conforme estudo desenvolvido pela campanha "Chega de fiu fiu", 85% das entrevistadas revelaram que tiveram seus corpos publicamente tocados sem permissão.         Paralelo a isso, a mentalidade machista corrobora para tal realidade. Esse modo de pensar oprime as mulheres ao tentar definir qual a função delas na comunidade. Isso foi exposto pela filósofa francesa Simone de Beauvoir,  segundo a qual "não se nasce mulher, torna-se". Ou seja, o coletivo dominado pela hegemonia do homem usurpa a autonomia feminina de definir quem elas são e o direito ao próprio corpo, robustecendo o processo de coisificação delas.       Nesse quadro, prevalece uma ideologia secular que precisa ser erradicada. Portanto, é preciso que as escolas desenvolvam, desde as séries iniciais, atividades de desconstrução do machismo. Para tanto, o diálogo e a discussão crítica entre alunos e professores é mister e deve ocorrer em momento reservado para tal, abordando valores, casos que ocorrem no próprio ambiente acadêmico, notícias afins veiculadas pela mídia, as consequências desses eventos na sociedade e quais ações devem ser tomadas no cotidiano para alterar esse cenário. Dessa forma, os impasses subjacentes ao assédio sexual contra mulher serão progressivamente superados.