"O mais escandaloso dos escândalos é que nos habituamos a eles". Essa afirmação da filósofa francesa Simone de Beauvoir pode ser facilmente aplicada ao contexto dos desafios para reduzir os casos de assédio sexual, já que mais espantoso do que a ineficácia da aplicação de leis é a naturalidade como a situação é tratada. Ademais, esse quadro tem origem incontestável na permanência da cultura patriarcal e a lenta mudança de mentalidade social. É inegável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema, pois a ineficiente fiscalização em locais públicos acarreta persistência dos casos de assédio na sociedade brasileira. Sob a perspectiva dos conceitos de potência e de ato de Aristóteles, o Brasil tem a capacidade de reduzir o impasse na sociedade, porém para buscar a eficácia na resolução do problema é necessário investimentos em políticas públicas de abrangência nacional junto às melhorias no sistema de ensino brasileiro, com a finalidade de diminuir a importância da cultura patriarcal e buscar a valorização da mulher em sociedade. Mas, infelizmente, essas ações de benefícios não ocorrem de forma regular no país, funcionando como impasse para a solução do assédio no Brasil. Entrementes, outro aspecto a ser avaliado é a participação da mídia na diminuição do problema, por meio de comerciais e programas educativos que incentivem o respeito em sociedade. Conforme Émile Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, baseada no princípio de exterioridade. Por isso, se uma criança vive em uma comunidade onde há a prevalência da cultura do assédio, os indivíduos tende a praticar a mesma ação por conta do convívio social. Dessa forma, é necessário uma intervenção do governo para diminuir os casos de assédio sexual, a qual envolva uma ação eficaz e de longo prazo. Com base no exposto e, em concordância com Newton, um corpo tende a permanecer em seu estado de movimento até que uma força atue sobre ele. Assim, a aplicação de uma força suficiente contra o percurso dos casos de assédio sexual e imprescindível e essencial para combatê-los. A fim de diminuir o problema no Brasil é fundamental que o Governo Federal, em parceria à esfera Estadual e Municipal do Poder, elabore um plano de implementação de delegacias especializadas no combate ao assédio, principalmente em regiões que mais necessitem, além de fornecer as vítimas acompanhamento psicológico regular, com o efeito de fornecer suporte para as pessoas que enfrentam o problema no Brasil. Outrossim, é necessário que o Ministério da Educação, associado às emissoras de televisão, promova palestras públicas, ministradas por professores especializados no assunto para, então, diminuir a influência da cultura patriarcal e os casos de assédio no Brasil.