Enviada em: 29/07/2018

"Depois do 'NÃO' é tudo assédio"       Sendo uma herança do patriarcado desde o princípio da humanidade, a cultura do estupro e o machismo, em pleno século XXI, ainda se faz presente em grande parcela da população, revigorando o bicho papão do sexo feminino: o assédio sexual.       A cultura do estupro é, a priori, uma das principais causas do assédio sexual, uma vez que este é uma preliminar do estupro. Não obstante, o assédio só acontece porque quem o faz não espera ser punido por isso, uma vez que, a lei referente a esse tipo de crime é bastante ineficaz e a vítima, na maioria das vezes, se sente intimidada, ficando sem reação. Dessa forma, a mulher é tratada como um objeto, sem opinião ou vontade própria, aonde nada do que ela diz é levado a sério, principalmente o "não", que é visto como um jogo de sedução, como ressalta a youtuber e escritora, Júlia Tolezano, em seu vídeo "6 toques para um carnaval agradável". Assim, essa cultura é praticada a todo momento, inclusive por famosos como o Mc. Biel e vários outros       O machismo é outro fator que está intrinsecamente arraigado ao assédio sexual, uma vez que ele  diminui a mulher das mais diversas formas. Assim, quando acontece um caso de assédio, não se trata de sexo, mas de poder. Outrossim, engana-se quem pensa que o assédio é apenas físico, existe também o assédio verbal que, em geral, não se trata de um elogio, mas de uma ameaça; de uma demonstração de domínio sobre a vítima, o que faz jus à escritora e filósofa francesa Simone de Beauvoir quando afirma que a mulher não é considerada um ser autônomo. O assédio verbal mais comum é o famoso assovio, sendo seguido, na maioria das vezes, por adjetivos como "gostosa".       Diante dos fatos supracitados, é inegável que inúmeros são os desafios para a redução dos casos de assédio sexual. Logo, bom seria que houvesse uma reforma das leis vigentes por parte do poder Legislativo, e um aprimoramento no cumprimento delas pelo poder Judiciário, com o objetivo de tornar os crimes praticados contra as mulheres, inafiançáveis, com maior reclusão e com a garantia de que a lei será executada; que a escola, em aliança com a mídia e a família, realizassem palestras e campanhas de conscientização, com o objetivo de alertar sobre a importância do combate ao patriarcado e da cultura do estupro para a liberdade feminina de ir e vir.