Enviada em: 29/04/2018

Ainda em 1970, a Revolução Verde promoveu um grande impulso à agricultura do Brasil com as inovações nas técnicas de plantio. Esse avanço no setor primário, entretanto, acarretou a ascensão do agronegócio, trazendo impactos na sociedade dada as polêmicas acerca da expansão desse grupo de fazendeiros no país. Nesse sentido, fatores de ordem social, bem como ambiental, caracterizam o dilema da agropecuária em território brasileiro.    É importante pontuar, de início, a conflituosa relação dos interesses financeiros com determinados grupos sociais. À guisa do pensamento de Marx, em um mundo capitalizado, a busca pelo lucro ultrapassa valores éticos e morais. Essa realidade é marcante no Brasil contemporâneo, em que a disputa por terras pelos grandes fazendeiros negligencia comunidades locais. Nesse contexto, a agropecuária, muitas vezes, utiliza da violência para atingir seus objetivos, como no episódio de 2017 no Maranhão, em que diversos indígenas ficaram feridos em um confronto com fazendeiros. Assim, vários povos nativos se encontram ameaçados por grandes agentes da economia do país na posse de terras.    Outrossim, tem-se os impactos na natureza do desmedido avanço do agronegócio no Brasil. Nesse cenário, a agricultura do país, na tentativa de maximizar suas produções, encontram no uso de agrotóxicos uma solução para atender às demandas externas. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), o país já é o maior consumidor dessas substâncias. Esse fenômeno, porém, é responsável por uma degradação ambiental ainda maior, com a contaminação de rochas, solos e corpos fluviais. Com o avanço da fronteira agrícola para o Norte, essa realidade passa a ameaçar a Floresta Amazônica e toda a sua biodiversidade.    É notória, portanto, a relevância de fatores sociais e ambientais na problemática supracitada. Nesse viés, cabe às ONGs da área, com o apoio da população brasileira, exigir um engajamento dos governos em relação às disputas de terra no interior do Brasil, que tendem a prejudicar as comunidades locais. A ideia da medida é, a partir de campanhas na internet e nas ruas, pressionar os governantes a acelerar o processo de demarcação das propriedades e a fiscalizar as regiões de maiores tensões. Ademais, é dever do Estado, por intermédio dos órgãos responsáveis, desenvolver uma política ambiental mais rígida. Essa intervenção deve contar com a implementação de medidas para a redução do uso de agrotóxicos e das áreas de cultivo a fim de conservar o meio ambiente brasileiro.