Enviada em: 30/06/2018

As diferentes perspectivas do capitalismo rural      Ao refletir sobre a importância da natureza na construção nacional, Gonçalves Dias fora muito feliz na poesia Canção do Exílio ao declarar "Nossas várzeas têm mais flores;/ nossos bosques têm mais vida". A expressividade que compunha a literatura da primeira geração romântica, ironiza o atual descaso e a indiferença com os ecossistemas, por desenfreada exploração de recursos naturais com a resultante também em prejuízos sociais. É de suma importância que seja discutido o preço que a evolução agronômica, apesar de seus benefícios econômicos, tem constantemente cobrado da biodiversidade brasileira.      A princípio, o desenvolvimento agrícola fora o "carro chefe" , tratando-se da prosperidade nas relações comerciais do país com seus aliados, primeiramente com o pau-brasil (período colonial)  e posteriormente com a cana-de-açúcar e o café. Porém, a evolução dessas práticas sem consciência sustentável tem gerado enormes transtornos ao meio ambiente.A destruição de áreas florestais, através do desmatamento e reincidentes queimadas, tem ocasionado o despejo de muitas espécies de seus habitats naturais, modificando cadeias alimentares e colocando algumas sob risco de extinção.       Além disso, no âmbito social, a disputa por territórios para a exploração , entre proprietários e povos indígenas, tem originado cenários violentos.Apesar da supervisão da FUNAI ( Fundação Nacional do Índio) , a falta de rigor e impunidade, quando os limites das reservas são ignorados, ainda assola as relações ruralistas. Ademais, pequenos agricultores perdem seus empregos todos os dias pela concorrência injusta com grandes latifundiários, que monopolizam o comércio campestre. A incipiência de apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) tem não só prejudicado trabalhadores como também vem causando a desvalorização da agricultura de subsistência — visa suprir as necessidades alimentares das famílias rurais — acarretando muitas vezes no êxodo rural, pelas dificuldades de oportunidade nos campos.     Dessa forma, torna-se evidente o protagonismo da agronomia na economia, assim como seu antagonismo na irresponsabilidade pelas explorações. Infere-se portanto , que é de fulcral necessidade que haja uma parceria entre o MAPA e Polícia Ambiental ,a fim de aumentar o rigor na fiscalização das fronteiras das reservas ambientais, com a disponibilização de mais frotas para a vigilância aérea e terrestre, que poderiam aplicar multas ou decretar prisão à ilegalidade. O MAPA também poderia criar um fundo de incentivos fiscais para pequenos e médios agricultores desenvolverem suas empresas, o que criaria mais empregos,logo, valorizaria o comércio no campo e aumentaria a livre concorrência.