O modelo de colonização portuguesa no Brasil se sustentou, principalmente, na exploração agrícola contribuindo para que a economia brasileira ficasse por muito tempo dependente da agroexportação. Atualmente, ainda se verifica uma grande importância da agricultura na economia, sobretudo sob a forma do agronegócio que se expande cada vez mais. No entanto, essa prática tem levantado questionamentos sobre os riscos que traz ao meio ambiente e à população e despertado a necessidade de se buscar novos modelos mais sustentáveis. Em primeiro lugar, é válido ressaltar que o agronegócio é importante para o Brasil, haja vista que esse setor, ao investir em tecnologias na agricultura, aumenta a produtividade no campo, incrementa a economia e gera milhões de empregos. Porém, os atores responsáveis por esse setor, muitas vezes visando apenas o lucro, não se preocupam em achar um equilíbrio entre produção, conservação do ambiente e efeitos sociais. Esse fato, por sua vez, faz com que os riscos advindos do processo não compensem suas vantagens econômicas. Um dos riscos está relacionado a presença exagerada de insumos agrícolas, como os agrotóxicos, que contaminam não só o solo e as águas subterrâneas como também o ser humano,sendo cada vez mais comum a morte de trabalhadores rurais pela contaminação. Além disso, as extensas terras destinadas ao agronegócio proporcionam a concentração fundiária que gera disputas territoriais, a exemplo do que ocorre na Amazônia entre indígenas e proprietários rurais no processo de expansão da fronteira agrícola. Diante desses inúmeros efeitos negativos da pratica do agronegócio é essencial buscar medidas que possam mudar esse modelo para um sustentável no qual as vantagens superem os riscos. Uma delas pode ser a pressão das autoridades federais sobre os agentes do agronegócio para que eles, por meio de maiores investimentos em pesquisas e tecnologias, possam achar métodos alternativos que possibilitam, por exemplo a diminuição do uso dos agrotóxicos ao substituí-los pelo controle biológico.