Enviada em: 08/08/2018

No século XVIII, quando Malthus elaborou sua teoria populacional, que dizia que, em alguns anos, não haveria recursos suficientes para suprir o exponencial crescimento vegetativo, com certeza ele não idealizou em seus cálculos o grande avanço da tecnologia, sobretudo, no agronegócio. Entretanto, o agronegócio trouxe consigo também a insustentabilidade, seja pela degradação ambiental, seja pelo uso excessivo de agrotóxicos. Nesse sentido, convém analisar as principais consequências das posturas aqui apresentadas.        Albert Schweitzer dizia que vivemos em uma época perigosa, o homem domina a natureza, antes que tenha aprendido a dominar a si mesmo. É indubitável a superexploração do meio ambiente como resultado do avanço do agronegócio. Para manter os lucros da indústria agroexportadora, se faz necessário o uso de grandes extensões de terra, o que acarreta à concentração fundiária, que por sua vez provoca grande desmatamento, como mostra dados da FAO, onde a pecuária é responsável por 80% do desmatamento do país. Ademais, por consequência disso, tem-se a grande perda da biodiversidade – da fauna e da flora, além da enorme utilização da água e da degradação do solo devido, sobretudo, às monoculturas.       Outrossim, faz-se importante pontuar o grande consumo de agrotóxicos decorrentes das ambições do agronegócio. O processo produtivo agrícola do Brasil está cada vez mais dependente do uso de agrotóxicos, de acordo os dados do INCA, o país se tornou o maior consumidor desses produtos do mundo. Contudo, vários estudos alertam sobre o uso de agrotóxicos, a exemplo do Boletim da ABRASCO, o qual revela as associações desastrosas desse uso com a saúde do meio ambiente e consequentemente com a saúde das pessoas, uma vez que o solo, a água e ar são contaminados diretamente, além da contaminação dos alimentos que consumimos e dos trabalhadores.       Fica evidente, portanto, que o Brasil precisa rever os reais impactos causados pela expansão do agronegócio, à medida que proponha mudanças a esse processo de produção. Sendo assim, o Governo Federal, através dos órgãos responsáveis, deve efetivar a fiscalização da utilização dos recursos naturais, de acordo como presa o Código Florestal Brasileiro. Além disso, o MMA, o MDA e o MAPA devem, em parceria, instituir uma Política Pública que estabeleça a agroecologia como alternativa ao agronegócio, visto que, diferente deste, o primeiro traz benefícios ao meio ambiente além de valorizar a agricultura familiar. Ademais, a Anvisa, como órgão fiscalizador, deve rever a utilização de agrotóxicos no país, uma vez que seu uso acarreta sérios danos ao meio ambiente e à saúde da população.