Enviada em: 09/10/2018

O período de povoamento do brasil, iniciado no século XVI, foi marcado pela grande concentração fundiária do imenso território brasileiro, em virtude do desigual sistema de distribuição de terras denominado "sismaria". Esse modelo econômico da época foi responsável pela expansão dos latifúndios e, ainda hoje, reflete na sociedade brasileira, seja por questões ambientais, seja por questões sociais. Nesse sentido, torna-se necessário analisar a importância da responsabilidade social para que o desenvolvimento do setor agrário se justifique de maneira sustentável e moral.       A priori, a expansão do agronegócio representa uma grande ameaça ao meio ambiente. A esse respeito, a história nos mostra que, durante o ciclo da cana-de-açúcar, no Brasil colonial, houve um intenso processo de desmatamento e queimada das florestas nacionais, o que refletiu - e ainda reflete -  em diversos impactos ambientais, como a extinção de animais e plantas, ameaçando a fauna e a flora, além da emissão de gases poluentes na atmosfera que, por conseguinte, provocam o aquecimento global. Isso ocorre, principalmente, devido ao atual modelo de produção capitalista, o qual visa a obtenção do lucro à qualquer custo, mesmo que, para isso, seja necessário usufruir dos recursos oferecidos pelo planeta terra de forma irresponsável e insustentável.      Outrossim, destaca-se a questão governamental e as consequências de sua omissão como geradora de impactos sociais. Segundo o filósofo Aristóteles, a política deve ser usada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que a despreocupação do poder público no que tange às questões indígenas rompe essa harmonia, tendo em vista que, não raramente, ocorrem invasões dos grandes produtores agropecuários de terras demarcadas aos nativos. Esse ambiente conflituoso tem corrompido os direitos dos povos indígenas e provocado uma onda de violência contra esses cidadãos, deturpando os direitos humanos. Assim, não é razoável que a expansão do agronegócio ocorra de maneira desrespeitosa e imoral.      Em suma, medidas são necessárias para conter o impasse. É fundamental, portanto, que o Governo Federal garanta o desenvolvimento do agronegócio de forma sustentável. Para isso, cabe ao Ministério do Meio Ambiente, em conjunto ao Ministério Público, intensificar as ações de fiscalização de florestas como a Amazônia e a Mata Atlântica, por meio do aumento de profissionais nas áreas de constante conflitos por terras, com o intuito de preservar as áreas de preservação, além de garantir a segurança e os direitos básicos dos povos indígenas. Essa iniciativa será importante porque irá barrar a ação de descumpridores da lei e, consequentemente, garantirá a preservação do meio ambiente, possibilitando a contenção de impactos ambientais que seriam danosos ao planeta terra.