Enviada em: 09/01/2019

A agricultura tem um papel singular no desenvolvimento econômico do Brasil devido à 2 fatores principais: ela é responsável pela produção de alimentos e representa grande parte das exportações feitas pelo País. Dessa forma, pode-se pensar que para alavancar o crescimento econômico, seria preciso expandir as fronteira do agronegócio. No entanto, essa expansão deve ser vista com cautela, uma vez que o uso desenfreado de agrotóxicos e a prática do desmatamento, podem trazer consequências irreversíveis ao meio ambiente e a população.   Em primeiro plano, é importante sinalizar que a introdução de agrotóxicos está diretamente relacionada com um ganho de produtividade no setor primário brasileiro. Entretanto, esses produtos foram um dos principais responsáveis pela degradação do meio ambiente e por prejuízos na saúde populacional, causando vários tipos de câncer e de problemas neurológicos. E mesmo assim, de acordo com dados do Dossiê Abrasco, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, onde cada pessoa ingere cerca de 7,3 litros de agroquímicos por ano.  Além disso, o desmatamento de áreas verdes, principalmente na Amazônia e no Cerrado, para a instalação de monoculturas também constiui um grande problema no âmbito agrário. Devido ao cultivo de um único produto, o solo torna-se rapidamente inviável, obrigando o latifundiário a se deslocar para outros locais, onde o ciclo de desmatamentos e empobrecimento dos solos se inicia novamente.   Fica evidente, portanto, a necessidade de se repensar o modelo do agronegócio brasileiro. Sob esse viés, o Estado deve atuar junto ao setor agrícola, para promover uma transição agro sustentável, reduzindo e fiscalizando a utilização dos agrotóxicos nas plantações, por meio do Ibama e de outras agências fiscalizadoras. Caberá também ao Estado, coibir o desmatamento através da elaboração de políticas públicas que desestimulem a prática, concedendo subsídios àqueles que ajudarem na preservação da biodiversidade.