Enviada em: 13/07/2019

Na condição de impetuoso produtor de matérias-primas, o Brasil ocupa uma posição privilegiada no que diz respeito à produção agropecuária. Somos responsáveis por mais de 80% do abastecimento inglês de suco de laranja além de sermos recordistas na produção de grãos como a soja, de bovinos destinados ao corte, e de café, estando à frente de gigantes no ramo como a Colômbia, por exemplo. Contudo, o agronegócio no Brasil é envolvido por incontáveis polêmicas, a maioria das quais são fundamentalmente justificáveis tais como a questão da invasão do território indígena pelos ruralistas e a expansão incomensurável dos agrotóxicos, ambos assuntos de assíduas pautas no país.       Embora seja um negócio vantajoso em virtude da localização privilegiada do Brasil, que assegura clima favorável à diversas culturas e da extensa quantidade de território agricultável e disponível à criação de animais, os produtores - grandes, médios e pequenos - insistem sempre em expandir as áreas de produção, fator que vai de encontro com a vontade e direito dos indígenas, que habitam as áreas de interesse há séculos. O assunto esteve em pauta na Câmara de maneira recorrente desde o início de 2019, acirrando a rivalidade entre os ambientalistas e a bancada ruralista do governo. Todavia, nas palavras do antigo imperador romano Julio César: ''Veni, vidi, vici'' ou simplesmente ''Eu vim, eu vi, eu conquistei'', são legitimadas a reclamação indígena assim como as leis e medidas de proteção previstas pelo Governo Federal e outras associações oficiais.       Ademais, a massiva excrescência de agrotóxicos é outro aspecto polêmico ligado à expansão do agronegócio no país. Além de comprometer a integridade genética de frutas e vegetais, esses produtos são uma ameaça direta à saúde pública e, principalmente, dos trabalhadores a eles expostos, a exemplo dos casos de intoxicação ocorridos em 2006 no Mato Grosso e de inúmeros outros desde então encobertos pela trama agropecuária. Desde o início do ano, o atual governo aprovou cerca de 200 novos tipos de agrotóxicos - antes mesmo do terceiro trimestre do ano.        Desse modo, é lamentável que, mesmo gozando de condições de produção sem iguais, o agronegócio brasileiro insista em recorrer a caminhos potencialmente prejudiciais e grandemente polêmicos. É magistralmente importante, portanto, que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), aliado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), regulamente a produção agrária no país, promovendo uma logística de produção satisfatória de modo que não mais sejam reclamadas terras de posse indígena e que as safras sejam administradas com o melhor aproveitamento orgânico possível, dispensando o intenso uso de agrotóxicos e afins e aumentando a qualidade dos produtos nacionais para a exportação e, obviamente, para o mercado interno.