Enviada em: 20/03/2018

Cultivando o lucro        A agricultura viabilizou a ocupação dos territórios pela espécie humana. Dessa maneira, as práticas agrícolas são essenciais na evolução humana, pois possibilitaram a transição de um modo de vida migratório para um modo de vida sedentário. Contudo, o que inicialmente era apenas subsistência, transformou-se em um sustentáculo econômico, dirimindo a consciência ambiental e perpetuando desequilíbrios ecológicos para as gerações futuras.             De acordo com o pesquisador Genebaldo Freire Dias, autor do livro Educação Ambiental - Princípios e Práticas, ter consciência ambiental significa agir localmente, pensando globalmente, compreendendo que o manejo sustentável deve ser uma condição de existência tanto para uma horta residencial quanto para um latifúndio. Contraditoriamente, o que se constata é que o manejo sustentável não é implementado nos cultivos agrícolas mais rentáveis.         Por meio de uma recente pesquisa, a Organização Mundial do Comércio (OMC), afirmou que o Brasil é o terceiro maior exportador agrícola do mundo, ou seja, implementar o manejo sustentável e agricultura orgânica poderia abalar as estruturas do agronegócio. Sendo assim, o que se busca é a expansão da fronteira agrícola, desenvolvendo agropecuária no pantanal e desmatando áreas na amazônia para o cultivo da soja, por exemplo. À medida que essa expansão ocorre, a indústria dos agrotóxicos é potencializada, tornando os defensivos agrícolas artificiais a única via para se obter uma produção capaz de atender à demanda do mercado.              Portanto, para harmonizar o agronegócio e a consciência ambiental é necessário: preservar as áreas de maior biodiversidade, evitando a ocupação de áreas de preservação permanente através de fiscalização mais efetiva; liberar subsídios agrícolas apenas para os agricultores que que realizarem manejo sustentável; conscientizar os agricultores acerca da eficácia dos defensivos agrícolas naturais.