Enviada em: 22/03/2018

Por novos olhares           É de conhecimento geral que atualmente o agronegócio é um dos setores mais importantes para o desenvolvimento de uma nação. É através da produção de alimentos que um país cresce, aumentando sua renda e qualidade de vida das pessoas. Embora o Brasil tenha avançado neste setor nas últimas décadas, ainda há muito para ser feito. Diante disso, tornam-se passíveis de discussão os contrastes socioambientais causados pelo agronegócio arcaico que vigora no Brasil.            A agricultura não é uma invenção do século XXI: deste os tempos remotos do período colonial, o Brasil já compactuava com ideia da produção de alimentos em larga escala, o que aumentou a busca pela terra. Na esteira desse processo, a parcela da sociedade que tinha menos condições financeiras foi a mais afetada, o que gerou uma grande desigualdade na distribuição de terras e que se faz sentir até aos dias atuais. Esse pensamento pode se encaixar perfeitamente na alusão do sociólogo Roberto DaMatta em relação aos contrastes do agronegócio no Brasil: enquanto o Brasil bate recordes de safra anualmente - que é destinado ao mercado externo - uma parcela da sociedade passa fome. Assim, o que deveria se caracterizar os diversos "Brasis" dentro da mesma nação é motivo de preocupação.           Desigualdades sociais, fome, disputas territoriais e contaminação de ecossistemas. Muitas são as maneiras em que o agronegócio se expressa no Brasil. Sobre essa mesma ótica, segundo dados do Instituto de Pesquisas da USP, o avanço do agronegócio no Brasil está sendo responsável por degradar centenas de ecossistemas na região do Cerrado e da Floresta Amazônica. Partindo dessa verdade, surge-se a necessidade de se revisar o atual modelo de agronegócio regente na sociedade tupiniquim.            Parafraseando o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um corpo e necessita que seus órgãos estejam sadios para o pleno funcionamento. Tomando como norte a máxima do autor, para garantir que o agronegócio no Brasil tenha um viés mais ecológico, são necessárias alternativas concretas que tenham como protagonistas a tríade Estado, mídia e escola. O Estado deverá criar leis que visem a diminuição de produtos químicos utilizados pelos agricultores e acabar com a desigualdade fundiária, cobrando impostos mais altos para terras improdutivas; a mídia deverá veicular campanhas a cerca dos perigos causados pelos produtos químicos ao homem e ao meio ambiente, além de abordar a temática em programas televisivos de grande audiência; a escola, por seu caráter formativo, deverá incluir matérias como meio ambiente em todos os anos da vida escolar. Somente assim, contruir-se-á caminhos seguros para a sustentabilidade.