Enviada em: 02/04/2018

Ao longo do processo de formação do Estado Brasileiro, do século XVI ao XXI, setores sociais vêm passando por transformações. Nesse ínterim, observa-se que a expansão do agronegócio no Brasil está relacionada a fatores de ordem política e social, visto que afeta o desenvolvimento e o bem estar de todos. Com isso, surge a problemática da falta de engajamento da própria sociedade e de ações que sejam de fato executadas pelo Estado.    É indubitável que a falta de planejamento e o uso desenfreado de produtos nocivos à saúde esteja entre as causas do problema. De acordo com Sartre, a violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota. Dessa forma, observa-se que a utilização de agrotóxicos nos alimentos cultivados na lavoura, desencadeia uma série de problemas para a cadeia produtiva, além da intoxicação do próprio ser humano, o que fere o princípio de garantia da boa saúde do cidadão vigente na Constituição Federal de 1988. Sendo assim, observa-se que o crescimento do agronegócio deve vir acompanhado da redução do uso de agrotóxicos e incentivo a técnicas saudáveis de produção.     Outrossim, destaca-se a negligência por parte do Estado no tocante a ações que visem a utilização de técnicas modernas de cultivo, como o melhoramento genético, para que haja o desenvolvimento do agronegócio de forma benéfica. Nesse contexto, observa-se que a falta da utilização de produtos biodegradáveis para a contenção de pragas na lavoura, desencadeia problemas ambientais graves como a eutrofização de ambientes aquáticos e a poluição atmosférica, o que interfere na qualidade de vida de todos os seres vivos. Essa é a opressão simbólica da qual trata Bourdieu ao afirmar que a violência não consiste somente no embate físico, mas sobretudo na violação aos Direitos Humanos.      Entende-se, portanto, que a forma obsoleta como é tratado o agronegócio no Brasil deve ser reformulada. Dessa forma, observa-se que o Estado por meio de seu papel regulador e promotor de políticas públicas, deve aumentar os investimentos no Ministério da Agricultura e Pecuária, para que sejam disponibilizados produtos de qualidade e orientações aos produtores rurais. Além de aumentar os repasses para o Ministério da Educação, para que seja implementada uma nova grade curricular nas escolas sobre técnicas de cultivos saudáveis e o uso de produtos inofensivos à saúde e ao meio ambiente, visando instruir as crianças sobre os benefícios da preservação ambiental. Por fim, cabe à mídia, com subsídios do Estado, veicular por meio da ficção programas que orientem a população sobre a importância do uso de técnicas agrícolas que preservem a natureza e a necessidade do uso racional dos recursos naturais, como forma de preservação da vida. Dessa forma, esse fato social será gradativamente minimizado no país.