Enviada em: 19/04/2018

Com advento do século XX e a ascensão do desenvolvimento da Ciência e Tecnologia no Brasil, tornou-se possível a fertilização de terras consideradas impróprias para o cultivo. No entanto, as técnicas utilizadas pelos latifundiários para tornar e manter essa terra produtiva, denota inúmeras mazelas ambientais e sociais. Ainda assim, graças aos agroquímicos houve acentuação no número de casos que relacionam problemas de saúde ao uso dessas substâncias, tanto no contato direto como por meio de ingestão de alimentos que foram contaminados.       Mormente, é preciso considerar, antes de tudo, a influência dos latifundiários. Segundo a tese Marxista, o Estado sob influência do capitalismo selvagem, assiste apenas a classe dominante, negligenciando os demais setores. Partindo dessa premissa, o Estado brasileiro viabilizou o agronegócio em benefícios dos latifundiários prejudicando o pequeno produtor. Ademais, devido as práticas da agricultura extensiva, comunidades indígenas foram amplamente afetadas em função do arrendamento de suas aldeias para o agronegócio. Denotando assim, a violação dos direitos territoriais dos índios, garantidos pela Constituição de 1988 e ainda desconsiderando a importância dos indígenas no processo de formação da nação brasileira.        Outrossim, cabe pontuar os riscos promovidos a saúde e ao meio ambiente diante o uso de substâncias tóxicas. O documentário "O veneno está na mesa" relata a história de um trabalhador que veio a óbito após manusear uma mistura de pesticidas, além disso, expõe casos de contaminação através de alimentos, mesmo sem contato direto, devido a bioacumulação dessas substâncias entre as espécies. Ainda assim, o meio ambiente fora amplamente afetado em função do aumento no uso de fertilizantes e pesticidas, denotando infecção de lençóis freáticos, rios e solo, bem como na ampliação no número de áreas desmatadas com o objetivo de obter estruturas agrárias maiores e concentradas. A partir dessa perspectiva, torna-se evidente que uma sociedade capitalista esquece da qualidade que se deve dar ao consumidor e da importância de preservar o meio ambiente, priorizando somente o lucro.       Urge, portanto, na necessidade de mudanças que ratifique tais mazelas. Para isso, é preciso a parceria entre o Governo e Instituições Acadêmicas, como tecnopolos, que busquem maneiras de substituir os agrotóxicos e pesticidas na plantação, viabilizando a produção do cultivo orgânico, garantido a sustentabilidade e a qualidade dos alimentos. Ademais, torna-se crucial a formulação pelo Poder Legislativo de leis mais rígidas e intolerantes aos latifundiários que não promova em suas áreas de plantio a segurança do trabalhador e exceda o limite de suas fronteiras agrícolas sobre aldeias indígenas, na intenção de garantir a proteção.