Enviada em: 17/07/2018

Por um futuro mais saudável e consciente         Segundo o sociólogo Zygmunt Buman, em sua obra “Em busca da política”, nenhuma nação que esquece a arte de questionar pode esperar encontrar respostas para as adversidades que a afligem. Nessa perspectiva, tornam-se passíveis de discussão os problemas enfrentados pela sociedade brasileira no que tange aos problemas causados pelo tabagismo no Brasil, bem como suas consequências. Logo, coletividade e poder público devem se perguntar acerca do seu papel no enfrentamento dessa demanda social.           Deve-se pontuar, de início, que um dos principais problemas advindos do tabagismo é o prejuízo à saúde dos indivíduos. Isso se deve, em grande medida, à quantidade excessiva de substâncias tóxicas presentes nos cigarros, as quais influenciam diretamente na qualidade de vida dos fumantes. Essa gama de aditivos químicos causa, não raramente, graves adversidades ao metabolismo dos usuários, como AVC, câncer e cardiopatias. Dessa maneira, o sistema de saúde pública, que já é saturado, torna-se ainda mais sufocado por problemas relacionados ao tabaco.         O elevado gasto governamental, além disso, é consequência direta desse alarmante cenário. De acordo com dados do IBGE, os problemas descendentes do tabagismo custam mais de 20 bilhões anuais aos cofres públicos. Essa conjuntura escancara o altíssimo nível de negatividade, para o Estado, ocasionado pelo tabagismo. Dessa forma, esse excessivo custo dificulta o investimento governamental em áreas que o país carece com mais urgência, como a educação – direito defendido pelo artigo 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.         Urge, portanto, que medidas sejam tomadas com vistas a minimizar tanto os problemas de saúde, quanto as negativas consequências financeiras. Para tanto, a grande mídia, através de suas novelas e minisséries – visto que causam forte impacto social – deve retratar personagens prejudicados pelo cigarro, objetivando dissuadir os telespectadores a manterem esse vício extremamente maléfico. Ademais, o Ministério da Fazenda e a Receita Federal, respectivamente, devem estipular um teto orçamentário para custos direcionados ao tabagismo e suas complicações e aumentar os impostos para esse produto, transferindo o excedente de monetário para a área da educação. Desse modo, observada uma ação conjunta entre sociedade civil e instituições públicas, o país caminhará na direção de um futuro mais saudável e mais consciente.