Enviada em: 19/08/2018

Para o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade é comparada a um organismo: a saúde do todo depende do bom funcionamento das partes. Nesse sentido, a mazela que afeta hodiernamente o território brasileiro encontra-se no sistema de saúde pública e é caracterizada como tabagismo. Assim, questiona-se: quais as causas e os efeitos dessa problemática para a sociedade brasileira? A resposta encontra-se em âmbitos econômicos, socioculturais e psicológicos.    É inegável a influência da publicidade e propaganda na persistência dessa problemática no país. Por muito tempo, em especial no século XX - época de ascensão do cinema -, a indústria do tabaco nutriu e financiou a glamorização desse produto. Prova disso são os inúmeros galãs e divas de filmes que levaram os espectadores a associarem o cigarro com elegância, saúde e liberdade. Paralelamente, no século atual, essa mesma mensagem ainda é propagada nos videogames e na internet, influenciando negativamente os jovens brasileiros, parcela da sociedade facilmente seduzida por ideais ''proibidos''.    Além disso, pode-se afirmar que o cigarro, ao longo do tempo, vai adquirindo uma determinada função ao fumante. Seja para o alívio da ansiedade, para o relaxamento ou até estimular a criatividade, seu uso contínuo cria laços cada vez mais fortes de dependência química e psicológica. Isso ocorre por que a nicotina fumada acaba viciando o cérebro, fazendo com que a ausência dessa substância cause diversos sintomas que vão desde um sentimento muito grande de perda à irritabilidade e insônia.     Por conseguinte, é válido ressaltar os efeitos do tabagismo para a sociedade brasileira. Segundo pesquisa realizada pelo INCA (Instituto Nacional de Câncer), o tabagismo é responsável por cerca de duzentas mil mortes por ano no Brasil. Impotência sexual, enfisema pulmonar e derrame são algumas das consequências diretas ao fumante ativo, e, aos fumantes passivos, danos ao sistema vascular e doenças pulmonares também são possíveis. Dessa forma, a dependência ao tabaco acaba gerando gastos evitáveis ao sistema de saúde e a exposição de terceiros à fumaça  do mesmo agrava a mazela.    Infere-se, portanto, o caráter negativo do tabagismo no contexto atual. Ao Estado cabe a fiscalização em videogames e em sites que fazem apologia ao tabaco, multando seus responsáveis e tirando de circulação tais conteúdos. Além disso, o governo, em parceria com empresas privadas, devem distribuir cartazes e panfletos em comércios, escolas, lugares públicos e privados com conteúdo de incentivo aos fumantes, para que estes procurem tratamento especializado, e destacando os benefícios dessa mudança de vida. Ademais, à sociedade cabe dar suporte aos tabagistas por meio de grupos de apoio, sejam presenciais organizados em bairros ou sejam nas redes sociais, de modo a ajudar a parcela que sofre com essa mazela a se reintegrar no todo saudável.