Enviada em: 02/11/2018

No filme americano "A Malvada" (1950) é possível constatar que o uso de cigarros tratava-se de um comportamento hollywoodiano charmoso e indispensável para pessoas poderosas. Na mesma linha estavam os comerciais da Marlboro em que um vaqueiro ostentava força e coragem na lida diária com o rebanho texano. No entanto, nenhuma dessas cenas demonstraram o sofrimento da doença pulmonar obstrutiva que acometeu o ator da Philip Morris ao final da vida e que, inclusive, causou-lhe a morte.       De fato, a sensação de prazer causada pelo consumo de cigarros não vale as consequências dele decorrentes. Dados do IBGE e da Fiocruz estimam que mais de 100 mil pessoas por ano morrem em razão de doenças cardíacas, doenças pulmonares obstrutivas e cânceres diversos. Além disso, durante essas doenças, o Poder Público tem um prejuízo de R$ 14,7 bilhões para postergar a morte dessas pessoas desacreditadas.       Aliás, as estatísticas acima mencionadas estão relacionadas apenas com pessoas que têm a sentença de morte decretada. Se formos analisar os dados relativos a pessoas sequeladas, verificaremos danos que atingiram cerca de 781 mil pessoas em razão de Infartos, Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) ou de Pneumonias. Pior é constatar a péssima qualidade de vida dessas pessoas, que lembram o sofrimento de Jhonny (personagem do filme "Jhonny vai à Guerra", do cineasta Dalton Trumbo).       Assim, honrando ao juramento de Hipócrates, o Governo Federal deve privilegiar a saúde em detrimento do vício no tabaco, e, para isso, deverá adotar o mês de Fevereiro para conscientizar a população sobre os malefícios do cigarro, tal como ocorre com Outubro Rosa (contra o câncer de mama). Nesse tempo, os médicos e enfermeiros que trabalham na rede do SUS poderão montar barracas perto de praças e pontos de ônibus, por exemplo, para exibirem aos transeuntes imagens e informações dos sintomas das doenças resultantes do tabaco. Dessa forma, essas pessoas adotarão comportamentos preventivos ou que desestimulem o consumo da droga no dia a dia, o que provocará agradecimento da saúde brasileira.