Enviada em: 28/09/2018

O tabaco era usado, inicialmente, por povos ameríndios em rituais religiosos ou para fins medicinais. No entanto, com o processo de colonização no Brasil, foi descoberto pelos portugueses e, posteriormente, difundido na Europa e comercializado como um artigo de luxo, transformando-se num ícone de elegância pelos filmes hollywoodianos. Nesse contexto, mesmo conhecendo os malefícios do tabagismo para a saúde, a sociedade atual persiste em usar o tabaco de maneira inconsequente, rendendo-se à influência industrial e prejudicando o próximo.     Em primeiro lugar, a influência da cultura industrial é um grande fator do consumo de cigarro. Segundo o sociólogo Adorno, o objetivo da indústria cultural é transformar a cultura em produto de consumo para gerar lucros, formando , assim, uma cultura de massas. Desde os tempos em que a propaganda do cigarro era legalizada, o fumo é uma cultura de massas passada por gerações e símbolo de sofisticação construída pela publicidade, de forma que, ainda na modernidade, convence aos públicos mais jovens por meio da internet com a imagem “romantizada” que o produto é manipulado. Assim, o fumo torna-se um círculo vicioso na sociedade.    Além disso, o consumo dos cigarros não prejudica somente os fumantes ativos, mas também os passivos. Os fumantes passivos são aqueles que compartilham o mesmo ambiente do indivíduo que inala a fumaça diretamente, correndo os mesmos riscos de saúde que os ativos, a longo ou curto prazo. Segundo o Ministério da Saúde, os fumantes passivos possuem 30% mais chances de ter dificuldades respiratórias, o que mostra que inalar a fumaça alheia também é compartilhar o mesmo cigarro. Entretanto, pensando nisso, foi criado a Lei Antifumo, mas se os fumantes não respeitam o próximo, a mesma não é suficiente para o bem estar da sociedade.     Em suma, é necessário combater o tabagismo no Brasil. O Ministério da Saúde deve investir na criação de políticas públicas contra o fumo, seja passivo ou ativo, com ênfase na faixa etária jovem, como terapias alternativas disponibilizadas em clínicas que apoiem os usuários dependentes a se recuperarem do vício, visando a recuperação da saúde dos ex-fumantes, ou de quem deseja parar de fumar, resultando, também, na prevenção de futuras doenças em não fumantes. Dessa forma, ao valorizar a saúde acima dos anseios pessoais, a sociedade estará próxima de romper com a cultura do fumo.