Enviada em: 25/04/2019

O Metabolismo Energético do ser humano caracteriza-se por incontáveis reações químicas no interior  das células, resultantes da quebra de matéria-prima ingerida na alimentação, dentre as quais,  vitaminas  e proteínas, de modo que o consumo de alimentos ricos nesses nutrientes concebe ganho e  benefício à saúde do organismo. Todavia, a garantia de um desenvolvimento sadio, no tocante a  educação  alimentar na rede pública de ensino, constitui grave prejuízo social, sobretudo pela  ineficiência do Estado e a anulação dos reais riscos da baixa quantia de nutrientes nas refeições  diárias.   Primeiramente, cumpre ressaltar a ausência governamental no fornecimento alimentício às  instituições de ensino. A esse respeito, o sociólogo Zygmunt Bauman conceituou em sua obra,  Modernidade Líquida, as "instituições zumbis", definidas pela perda de sua função social, embora  mantém - a qualquer custo - sua forma. Nesse contexto, a falta de alguns alimentos, a estrutura  inadequada de cozinhas e o péssimo estado dos refeitórios da rede pública de ensino encaixam o  governo brasileiro na caracterização de Bauman, de maneira que a deficiência estrutural impede que o  desenvolvimento da educação alimentar nas escolas seja efetivado. Como consequência, os  educandos buscam alternativas nos alimentos processados, ausentes de nutrientes necessários para a  manutenção do organismo.     De outra parte, observa-se, na contemporaneidade, o descomprometimento para com os riscos da  cultura da má alimentação. Nesse viés, o Estatuto da Criança e do Adolescente assegura o direito à  alimentação de qualidade, garantido pelas escolas e pela família, primeiro vínculo à formação do  paladar infantil. Entretanto, a propagação da publicidade infantil e o crescente número de crianças  obesas impede que esse direito seja veiculado na prática, a medida que o tratar das doenças se  sobrepõe à mudança comportamental na alimentação. Prova disso, conforme a Pesquisa Nacional de  Saúde Escolar, pouco mais de 1/3 das crianças da rede pública de ensino consomem,  demasiadamente, alimentos industrializados.    Destarte, urge a primordialidade de ações governamentais que visem atenuar a problemática. Cabe  ao Ministério Público Federa, junto ao Ministério da Educação, aderir e impulsionar o projeto da horta  orgânica nas escolas pelos docentes de Biologia, por meio de atividades de plantio ativo com os  estudantes, além de expor a necessidade de se aderir a uma alimentação saudável com base em  palestras e aulas direcionadas por pedagogos e nutricionistas, ao passo que a formação crítica dos  estudantes seja efetivada e os direitos humanos de crianças e adolescentes não sejam negligenciados.