Enviada em: 12/06/2019

Ao longo do processo de formação do homem moderno, a arte sempre esteve intrinsecamente ligada ao desenvolvimento sociocultural e histórico das comunidades, como na sociedade italiana renascentista. Nesse sentido, a transparência das manifestações artísticas nas escolas brasileiras torna-se incisiva no desenvolvimento dos indivíduos e da identidade nacional, contudo impeditivos como o desmerecimento das artes na estrutura social, bem como a falta de flexibilidade das escolas convergem para uma das contradições mais desfavoráveis na formação sólida de uma sociedade.     É importante considerar, de início, que a desvalorização das expressões artísticas caracteriza-se como alicerce para a não efetivação dessas no ensino. Nesse contexto, em consonância com sociólogo Émile Durkheim, o indivíduo é determinado pelo meio em que vive. Sob esse prisma, as incongruências de um panorama social que, muitas vezes, distancia-se da valorização das artes, vistas por vezes, sobre um viés de entretenimento e ociosidade, repercute, indubitavelmente, para que os indivíduos inseridos nesse contexto não compreendam o real significado ideológico e intelectual exprimido em musicas culturais, danças e peças artísticas. Assim, a influência negativa de um tecido social fomenta uma menor estruturação de projetos e participações de autores no engajamento das artes na educação.      Outrossim, é factível que a falta de resiliência das instituições educacionais na abordagem das artes é igualmente fator dos obstáculos desse cenário. Nessa conjuntura, quando o educador Paulo Freire afirma que a escola não deve se distanciar da vida cotidiana de seus participantes, ratifica-se a necessidade de um engajamento artístico em consonância com o meio social de seus participantes. Contudo, contrariando essa lógica, o currículo básico brasileiro, frequentemente voltado a padrões alienantes, deixa de contemplar uma conexão entre o campo de referência dos seus participantes em harmonia com as artes, como músicas populares e representações artísticas próprias de cada localidade. Com efeito, percebe-se o quanto o papel cultural e informativo oriundo das manifestações artísticas torna-se limitado pela inflexibilidade das diretrizes educacionais.     É imperioso, portanto, mecanismos energéticos para ultrapassar esse panorama. Assim, cabe ao Ministério da Educação, em parceria com as escolas proporcionar um ambiente educacional convergente a uma maior vitalidade das artes. Isso pode ser concretizado por meio de projetos, associados a universidades que contemplam cursos nessas áreas, que transpareçam uma diversidade artística em consonância com a cultura de cada localidade, a fim de possibilitar um cenário promissor para o real potencial dessas manifestações expressivas no desenvolvimento social e nacional dos alunos.Assim, poder-se-á, gradativamente, tornar a arte inerente à prosperidade sociocultural brasileira.