Enviada em: 30/03/2017

Um povo sem cultura não se levanta. Ajoelha-se      A arte como forma de expressão social remonta a pré-história, através de pinturas rupestres, e desde aquela época ela é essencial para o convívio harmonioso no meio social, a partir da formação de uma identidade popular. Por isso é imprensindível o investimento na arte, devido a sua capacidade de aprimorar o senso crítico e evitar a aculturação.      A mudança de sentido da palavra cultura após 1945 reflete a mudança dos hábitos contemporâneos. Antes da segunda guerra mundial, cultura expressava a ideia de costumes de uma elite social,  já no pós guerra, como Raymond Williams, filósofo galês, descreve em "Cultura e Sociedade", cultura era a formação fundamental de valores.Valores esses necessários para a formação  de um cidadão. Portanto tornou-se vital para o desenvolvimento de uma nação um investimento maciço em arte, que é a forma mais pura de manifestação cultural de uma sociedade.         O processo alienante ocorrido após a imprensa de Gutemberg, gerou a formação de "bolhas sociais", onde há apenas interações entre indivíduos que possuem a mesma opinião, evitando assim o debate, consequentemente diminuindo o desenvolvimento social devido a ausência de críticas e inovações. Nesse contexto é determinante a manifestação artística como forma de discutir assuntos esquecidos no cenário político-social. Tais discussões advém do caráter subjetivo da arte, que busca reflexões. Analogamente as comédias gregas onde temas polêmicos eram abordados através de sátiras que criticavam o comportamento dos cidadãos.     Visando acabar com problemas como a aculturação e a alienação é elemental por parte do Estado o investimento expressivo na arte, além  da ampliação da lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional, que deve abranger não somente a música, mas também outros meios de manifestação artística brasileira como a arquitetura, o teatro e o grafite. Nessa conjuntura aplica-se ainda observar que para efetivar tais ações é indispensável a cooperação da população que precisa participar ativamente das manifestações culturais. Tais medidas tem como função evitar a situação descrita na célebre frase do escritor argelino Albert Camus "Sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade por mais perfeita que seja, não passa de uma selva".