Enviada em: 27/07/2019

Sob a perspectiva histórica, os desenvolvimentos medicinais, ocorridos na idade média, eram usufruídos apenas pelos componentes da nobreza. Por esse viés, esse contexto medieval segregador, reconfigura-se no Brasil ao passo que exclui-se parte do tecido social, ante à acessibilidade aos avanços terapêuticos no tratamento de doenças. À vista disso, observa-se que políticas públicas, atualizadoras das práticas medicamentais vigentes no país, são medidas preteríveis frente à problemática.                                                                                                                                                       A priori, o filósofo britânico Karl Popper infere, em sua obra "A Lógica da Pesquisa Científica", que a evolução do conhecimento serve à sociedade integralmente e não a parte dela. Nesse sentido, as progressões tecnológicas deveriam constar no Sistema Único de Saúde(SUS), que é um complexo de atendimento universal a toda malha social brasileira, no entanto, essa estrutura não acompanhou o crescimento da ciência. Dessa maneira, cria-se um regime segregacionista, o qual uma classe social detentora de recursos monetário pagará pelo uso do desenvolvimento das terapias modernas, e a outra que não possui esses fundos financiais ficará apartada, gozando de práticas médicas arcaicas.                    Ademais, segundo ao estudo do Departamento de Medicina Comunitária da Universidade de São Paulo, em 2017, o SUS utiliza-se de condutas cirúrgicas obsoletas pelas carências de capacitação de seus profissionais e maquinário atualizado. Por esse ângulo, nota-se um contexto análogo à era medieval, em que as melhorias medicamentais não faziam-se disponíveis a toda conjuntura social. Dessa forma, não é razoável que membros do tecido social dependentes do complexo público hospitalar estejam segregados de gozarem às técnicas medicativas modernas.     Portanto, diante dos fatos supracitados, o fomento de políticas públicas atenuadoras da desigualdade no acesso aos aperfeiçoamentos tecnocientíficos ambulatoriais é um dever do Estado. Sendo assim, compete ao Ministério da Saúde a elaboração e execução de um plano nacional para capacitar todos os servidores do Sistema Único de Saúde com cursos de tratamentos medicinais modernos, por meio de investimentos orçamentários. Desse modo, tem-se o intuito de atualizar o conjunto comunitário hospitalar e fazer com que o progresso do conhecimento sirva à sociedade inteiramente.