Enviada em: 18/07/2018

A Segunda Revolução Industrial teve como marco a introdução de novas fontes de energia, principalmente, o petróleo e a utilização da energia elétrica. Paralelo aos dias atuais, os recursos energéticos têm sido inerentes às mais diversas atividades humanas, tendo a água como um dos principais geradores. Entretanto, a inobservância do Estado no que concerne a Políticas para épocas de crise hídrica tem gerado impactos na produção de energia, afetando diretamente a população.       Em primeiro plano, a negligência governamental no que tange a políticas de planejamento energético reflete um cenário desafiador em tempos de contingenciamento hídrico. Isso porque a forte dependência da energia hidráulica é afetada com a sazonalidade das chuvas e a lenta recuperação dos reservatórios. Nesse espectro, a carência de uma política com mais amplitude, faz com que a saída para o problema seja a utilização das usinas termelétricas, essas que além de um grande potencial poluidor, geram altos custos finais ao consumidor e a indústria. Além disso, não obstante dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) listem o Brasil como um dos maiores produtores de energia eólica, a falta de investimentos em linhas de transmissão impõe restrições ao escoamento, o que por sua vez, favoreceria o abastecimento da matriz energética em épocas de estiagem.       Por outro lado, o desperdício de água e energia também representam intempéries para a problemática. Isso porque o comportamento enraizado no país que visa o uso irresponsável tanto de água, quanto de energia, somente é posto em pauta nas épocas de contingenciamento, além de linhas de transmissão sucateadas. Exemplo desse quadro de esperdício é um relatório da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia que calcula o desperdício de eletricidade nos últimos três anos em 61,7 bilhões. Em razão desse comportamento e de um potencial hidráulico que cresce em colapso, o risco de apagões torna-se iminente, a considerar que os investimentos na área não tem seguido o crescimento da população, tampouco uma visão sustentável.        Torna-se evidente, portanto, a necessidade de medidas capazes de tornar a matriz energética brasileira sustentável. Assim, cabe ao Ministério de Minas e Energia uma mudança na Política Energética, direcionando de maneira mais eficaz os recursos provenientes da conta de luz para a ampliação e reforma das linhas de transmissão, investindo em potenciais de energia limpa como o solar e o eólico, com o intuito de diminuir a dependência hidráulica, sobretudo, em épocas de estiagem. Por fim, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) deve promover campanhas didáticas constantes, principalmente, nas redes sociais, estabelecendo a importância da racionalização energética, bem como dicas de economia no cotidiano, com o fito de estabelecer uma mudança comportamental.