Enviada em: 10/07/2018

No século XVIII, houve a exploração desenfreada do ouro e de outros minérios no Sudeste brasileiro, de maneira que a economia e a sociedade colonial tornaram-se dependentes de tais recursos naturais não renováveis. Entretanto, na modernidade, persiste o uso irrestrito e insustentável do meio ambiente, sobretudo, referente à água. Sendo assim, é necessário o cuidado desse bem para a manutenção do corpo social, especialmente no que concerne à produção energética nacional.       Em um primeiro momento, é válido ressaltar a influência da superestrutura ideológica neoliberal no que tange ao vínculo entre a população e os recursos hídricos. Tal concepção encaixa-se em uma perspectiva da obra "Amores Líquidos", do sociólogo Zygmunt Bauman, a qual observa que o caráter efêmero das relações afetivas é intrínseco ao pensamento de uma sociedade pautada no imediatismo e na aceleração da vida moderna. Nesse cenário, as pessoas tendem a descartar seus relacionamentos da mesma forma que utilizam a água ilimitadamente, gerando efeitos no abastecimento de energia elétrica nas cidades, que é correlacionado a esse elemento por conta de fatores geomorfológicos brasileiros e facilidades econômicas. Desse modo, enquanto houver a liquidez ideológica brasileira quanto à gestão da água, permanecerão transtornos na geração de energia.       Destaca-se, ainda, que a problemática acerca da carência hídrica  está relacionada, também, a crimes ambientais e suas consequências na natureza. Por exemplo, o desastre ambiental de Mariana, em Minas Gerais, que provocou a intoxicação da água a partir da deposição de dejetos impróprios para o consumo e maléficos à saúde popular. Em decorrência de tal acontecimento, houve alterações no cotidiano da comunidade, incluindo distúrbios na distribuição da energia elétrica, cujas produção e divisão foram severamente afetadas. Dessa forma, a deficiência energética do Brasil refere-se não somente à administração inadequada da água, mas também à intensa subordinação de tal indústria a esse recurso e à ausência de infraestrutura em potenciais poluidores desse patrimônio.        Portanto, atitudes são imprescindíveis para conter a escassez hídrica e suas implicações no campo energético brasileiro. Cabe a ONGs especializadas no uso eficiente e sustentável da água, por meio de vídeos educativos em redes sociais, incentivar o corpo social a zelar por tal recurso e apresentar os perigos de seu desperdício, a fim de que sejam atenuados os casos de crises hídricas no país. Já os engenheiros ambientais, por sua vez, devem promover campanhas em prol do uso de novas fontes energéticas limpas e renováveis, participando de debates televisivos, com o objetivo de redirecionar a matéria-prima energética nacional e evitar a contínua submissão brasileira à água. Assim, em oposição ao Brasil minerador, será possível a minimização da dependência quanto a um único recurso natural.