Enviada em: 14/07/2018

Desde a chegada dos portugueses no Brasil perpetua-se a errônea concepção de que os recursos naturais são inesgotáveis. Embora, hodiernamente, o assunto esteja em pauta na sociedade, ainda há desafios na gestão dos recursos, principalmente a água doce já naturalmente escassa o que representa um entrave social. Nesse contexto, há dois fatores que precisam ser levados em consideração no que diz respeito ao impasse: a deficiente educação ambiental e o papel das grandes corporações.        Em uma primeira análise, é válido salientar sobre a falha educação ambiental difundida entre os cidadãos brasileiros. Lavar calçadas, tomar banhos prolongados, deixar a torneira aberta ao escovar os dentes, ilustram atitudes que ratificam os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística que expressam que um terço de água tratada é desperdiçada no país. Como, segundo a concepção do sociólogo francês Émile Durkheim, os hábitos de um tecido social são passados pelo sistema  educativo faz-se relevante a massificação das discussões da temática nas instituições escolares para a mudança nas atitudes.        Outro aspecto a ser considerado representa a pouca colaboração das empresas industriais - segundo setor que mais utiliza água - devido, entre outros fatores, ao insuficiente incentivo estatal para a realização da ação. É inegável a necessidade do uso desse recurso para a fabricação de bens e serviços, entretanto, diante do auxílio tecnológico existente, já existe a possibilidade de utilizar e preservar ao mesmo tempo, como na despoluição dos rios contaminados pelos dejetos da Indústria. O empecilho, porém, de acordo com o sociólogo Karl Marx está nas relações capitalistas que geram corrupção moral, assim, objetivando a lucratividade rápida, investimentos deixar de ser feitos o que corrobora para um retrocesso logístico.            A fim de que se reverta esse cenário preocupante, portanto, urge a necessidade de atuação do Ministério da Educação e do Governo Federal no incentivo à mudança de atitude dos cidadãos através da implementação na grade curricular nacional da educação ambientais contando com debates ministrados por profissionais no assunto e também na redução da tarifa nas contas de água das pessoas que reduzirem o consumo. Além disso, a Agência Nacional das Águas (ANA) deve fiscalizar as empresas por meio de visitas periódicas visando fazer com que cumpram a responsabilidade com as questões ambientais. Espera-se que, assim, haja um maior engajamento de todos na proteção dos recursos.