Enviada em: 16/07/2018

Durante a Primeira Revolução Industrial, o uso do carvão como fonte de energia foi o grande impulsionador para o desenvolvimento dos transportes, das indústrias e consequentemente da economia da Inglaterra do século XIX. No Brasil do século XXI, é a água que assume esse papel, sendo as hidrelétricas responsáveis por 80% da eletricidade gerada no país. Nesse contexto, a má gestão hídrica aliada à uniformização da matriz energética brasileira têm resultado em crises energéticas que afetam a economia.       A ação antrópica negativa no meio ambiente têm efeitos diretos no setor energético brasileiro, uma vez que atinge a qualidade e a quantidade da sua principal fonte de energia, a água. O desmatamento, por exemplo, resulta no assoreamento dos rios e em mudanças no ciclo das chuvas, afetando a capacidade e o nível dos reservatórios. Com o nível dos reservatórios insuficiente para a demanda energética, torna-se necessário o uso de outras fontes de energia, como a termoelétrica, encarecendo a produção. Prova disso é a vigência do sistema de bandeiras tarifárias desde 2015 no país.       Contudo, a produção de energia no Brasil, ainda muito dependente das hidrelétricas, faz com que uma crise hídrica conduza à instabilidade energética. Essa realidade é inaceitável em um país que apresenta enorme potencial para produção de energia por fontes renováveis como a eólica e a solar. Logo, o investimento na diversificação da matriz energética torna-se essencial em um cenário onde é preciso tratar a crise hídrica sem atingir a geração de energia.        Assim, de forma análoga a lei newtoniana da inércia, este cenário tende a permanecer como está caso uma força não atue sobre o mesmo. Desse modo, visando modificar essa realidade, o Ministério do Meio Ambiente deve criar programas de recuperação e fiscalização de rios e matas ciliares, para reduzir a ação antrópica negativa sobre os mesmos. Ademais, é preciso que o Governo juntamente com o Ministério de Minas e Energia incentivem, por meio de subsídios, a criação de polos de geração e distribuição de energia de fontes renováveis alternativas à hidrelétrica, como a eólica a solar, para que, pela diversificação da matriz energética brasileira, seja possível evitar uma crise energética num cenário de seca nos reservatórios.