Graciliano Ramos, em sua obra "Vidas secas", relatou as extremas dificuldades de sobrevivência das famílias sertanejas, tanto pela ausência alimento, quanto de água. Hodiernamente, esse panorama ratifica-se, visto que o Brasil passa por uma crise hidroelétrica. Pode-se explicar essa problemática por meio de fatores como o consumismo e a falta de planejamento governamental na gestão dos diversos recursos. É notório, em primeira instância, que a sociedade moderna não está de acordo com a ética aristotélica de mediania, pois o seu cotidiano é pautado no extremo consumo. É possível comprovar essa afirmação através da análise dos hábitos do brasileiro: torneira ligada na hora de escovar os dentes, banhos demorados e luzes de todos os cômodos da casa ligadas. Ademais, nota-se a falta de políticas sustentáveis em relação a racionalização do uso da água na industria e agropecuária, logo, contribuem para que a sociedade tenha a "vida seca". Outro coeficiente contribuinte para o transtorno localiza-se na desorganização da esfera Federal, pois a geração de energia do Brasil está dependente das hidrelétricas. Embora o país tenha disponível vários recursos para a diversificação da matriz, que pode ser eólica, solar ou biomassa, os investimentos em projetos são escassos. Thomas Hobbes afirma que o homem é mau em seu estado de natureza e, por isso, necessita de um controle, podendo ser governamental; mas o que fazer quando torna-se falho em garantir os direitos da sociedade ? Buscando, desse modo, a reversão desse cenário alarmante da crise hidroelétrica , surge a necessidade do Governo Federal, através da parceria da ANEEL, promover a diminuição das tarifas de energia e água para as residências e empresas que apresentarem redução no seu índice de consumo mensal, com isso, incentivando a racionalização do uso desses recursos. Ademais, a Câmara dos Deputados, por meio da ajuda do capital privado, deve iniciar projetos de investimentos em outras fontes de energia, como eólica e solar, para a diversificação da matriz.