Enviada em: 28/07/2018

As civilizações egípcias  dependiam das margens férteis do rio Nilo  para garantir a subsistência na Antiguidade, assim como as sociedades contemporâneas necessitam de tais corpos de água para a geração de eletricidade no século XXI. No entanto, apesar da grande disponibilidade de tal recurso natural no território brasileiro, a interferência no ciclo biogeoquímico da água acarreta o cenário de crise hídrica. Nesse contexto, evidencia-se que a manutenção de planejamento hídrico estatal insipiente, associada à falta de investimento em outras fontes renováveis, tornam o quadro nacional instável.      Cabe ressaltar, em primeiro plano, que a permanência de projetos inadequados de construção e de funcionamento das usinas hidrelétricas contribui para o aumento do valor das tarifas de energia elétrica pagas pelos consumidores. Sob tal perspectiva, observa-se a escassez de reparo e de revitalização das tubulações e dos reservatórios, acrescida do desenvolvimento de planos arcaicos de implementação de tais estruturas energéticas, caracterizados pela grande extensão de áreas alagadas e pela redução da biodiversidade e da população local. Desse modo, devido a tais problemas operacionais de represamento  da água para promover a rotação das turbinas, somados aos períodos de estiagem natural e antrópica,há o acionamento das termelétricas, o que eleva o preço das contas de luz.    Além da questão de administração hídrica, destaca-se ainda, que a falta de financiamento de pesquisas científicas e acadêmicas relacionadas à introdução, a preços mais acessíveis, de fontes energéticas alternativas, tais como a eólica e a solar, torna a matriz energética brasileira dependente da água. Diante de tal ótica, pode-se verificar que em função da propagação do modo de produção capitalista, marcado pelo imediatismo do lucro, há a redução quanto à liberação de verbas destinadas às instituições de ensino para custear projetos de diversificação do quadro energético nacional.Dessa forma, é evidente a carência de aplicação financeira destinada à criação, por exemplo, de modelos econômicos de placas fotovoltaicas voltadas ao aproveitamento do potencial  energético brasileiro.        Sendo assim, constata-se que a manutenção da dificuldade de gestão hídrica, bem como a falta de diversificação de geração energética, são fatores que acentuam a vulnerabilidade dos cidadãos ao cenário de crise hídrica.Faz-se necessário, portanto que o Ministério do Planejamento, em parceria com a Agência Nacional de Águas,contratem engenheiros ambientais e gestores capacitados em obras de reparo preventivo e expansão dos reservatórios represados, por meio da utilização de maquetes e planilhas eletrônicas, de modo a garantir a distribuição adequada de água e energia. É fundamental, ainda, que as Secretarias do Meio Ambiente financiem mais projetos de criação de formas econômicas e sustentáveis  de obtenção de energia elétrica, reduzindo a submissão às usinas hidrelétricas.