Enviada em: 29/08/2018

Durante a Ditadura Civil e Militar, vivida no Brasil entre os anos de 1964 e 1980, houve um grande investimento em infraestrutura com intuito de atrair o capital estrangeiro, sendo necessário a instalação de usinas geradoras de energia elétrica afim de fornecer uma base para o desenvolvimento industrial. Optou-se pelas hidrelétricas, capazes de converter a energia mecânica gerada pelo movimento das águas em energia elétrica, visando aproveitar o alto potencial dos rios brasileiros. Com tudo, gerou-se uma dependência entre água e energia, a partir do momento que o país sofre uma crise hídrica esta relação passa a ser um desafio, tanto por afetar economicamente a população como por causar impactos ambientais.     No que diz respeito à economia, os impactos da crise hídrica na geração de energia implicaram em complicações para a população. A escassez de água nas grandes regiões do país levou a um aumento significativo nos preços das contas de luz, pois as termoelétricas foram acionadas, a fim de compensar o declínio da produção, sendo elas fontes mais caras e mais poluidoras. Deixando claro a necessidade de diversificar a matriz energética nacional, com intuito de evitar a dependência de uma fonte específica.     Partindo da perspectiva ambiental, a instalação de hidrelétricas acarreta uma série de impactos ao meio ambiente, como: inundação de áreas (destruindo a flora e a fauna), deslocamento de populações e também contribuindo para acúmulo de gás metano na atmosfera, liberado na decomposição anaeróbica da matéria orgânica submersa. Sendo esse último a ser citado, um grande contribuinte para a intensificação do efeito estufa, colaborando assim para as alterações dos ciclos naturais de chuvas, gerando em efeito em cadeia que acabam por acentuar a escassez de água perpetuando assim uma “cascata” de problemas, como foi o caso do Sistema Cantareira, onde o mesmo ficou com apenas 5% do seu volume, causando a elevação das contas de luz e racionamento no uso da água.      É necessário, portanto, medidas para resolver os impasses gerados pela crise hídrica. Nesse viés, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), deve desenvolver um plano nacional de diversificação da matriz energética, estimulando os estados da federação, por meio de subsídios, a adotarem fontes alternativas de energia (como solar e eólica), corroborando para a redução da dependência das hidrelétricas. Somado a isso, Ministério do Meio Ambiente deve desenvolver políticas mitigadoras de contenção da poluição, como estabelecer um teto para emissão de poluentes por parte das empresas, punindo aqueles que não atenderem tal medida, assim reduzindo a influencia dos mesmos sobre o ciclo hídrico, garantindo a manutenção das chuvas.