Enviada em: 25/10/2017

O Brasil enfrenta um grande dilema: como lidar com a relação interdependente entre a crise hídrica dos grandes centros urbanos e a geração de energia no país. Para explicar a situação atual basta perceber que se formou uma política energética pautada essencialmente em fontes hidrelétricas e observar o desperdício de água antes da sua chegada à população aliado ao alto consumo do recurso nas indústrias e na agricultura.       Segundo dados do Governo Federal cerca de 37% da água tratada é desperdiçada. Esse fenômeno é reflexo da falta de manutenção das tubulações e do grande volume de ligações irregulares encontradas em áreas periféricas, onde o Estado não tem conseguido se fazer presente. Vale ressaltar também, que diferente do que se imagina, o maior volume de consumo não está nas residências e sim nas indústrias e na agricultura, sendo estas juntas responsáveis por aproximadamente 95% dos gastos. Tal fenômeno é conhecido por consumo invisível, em que os gastos de água não estão ligados diretamente à população e sim aos produtos produzidos para seu consumo.       Outro aspecto a ser considerado é com relação a forma escolhida para a produção de energia elétrica. O Brasil a produz majoritariamente por meio de usinas hidrelétricas, gerando um ciclo vicioso, em que há necessidade do abastecimento hídrico para a geração de energia e vice-versa. Assim, quando há um período longo de estiagem, há também a diminuição da água dos reservatórios e  como consequência, vem a necessidade de utilizar as usinas termoelétricas na geração da energia, tornando essa mais cara à população. Vale ressaltar que tanto as hidrelétricas quanto as termoelétricas geram impactos no ambiente, seja por desequilíbrio da fauna e da flora até a poluição atmosférica.       Dessa forma percebe-se quão grande são os impactos desse sistema tornando cada vez mais urgente a adoção de medidas que viabilizem o seu equilíbrio. Uma ação que deve ser tomada é a exploração de outras fontes energéticas, como a eólica ou solar. Logo, o Governo Federal deve criar uma fundo especial para gerar recursos e a partir daí, criar uma calendário de instalação de captadores dessas fontes de energia. Além disso, ainda há a possibilidade de fornecer incentivos fiscais que estimulem empresas a adotarem sua captação de energia por meio dessas matrizes. Não obstante, ainda que clichê, é notória a necessidade de conscientização da população na economia de água, não só na sua forma mais natural, mas também reduzindo outros de recursos produzidos pelas indústrias, sendo assim é possível cuidar do problema desde a origem e reduzir os impactos de forma imediata.