Enviada em: 30/05/2019

"A cultura é uma necessidade imprescindível de toda uma vida, é uma dimensão constitutiva da existência humana, assim como as mãos são um atributo do homem". A frase do filósofo espanhol José Ortega y Gasset evidencia a importância da cultura para o desenvolvimento da sociedade. Todavia, no Brasil, a difusão do acesso à cultura ainda caminha lentamente, fato que se deve, principalmente, ao baixo investimento em cultura por parte do governo federal e, consequentemente, ao baixo interesse, devido principalmente a limitações financeiras, por parte da população mais pobre.  A cultura, em conjunto com a educação, é a principal ferramenta de transformação social de um país. Nesse sentido, dados do instituto brasileiro de geografia e estatística (IBGE) revelam que o poder público brasileiro ainda deixa muito a desejar no que tange à disseminação do acesso à cultura. Segundo estudo realizado em 2014, menos de 30% dos municípios brasileiros possuem museus e cerca de 4,7% contam com galerias de arte. Essa escassez de oferta torna o acesso à cultura cada vez mais elitizado, o que desfavorece a camada mais pobre da sociedade.  Ademais, o difícil acesso a atividades culturais somado às dificuldades cotidianas enfrentadas pela população mais carente, ensejam o desinteresse dessa classe social pela cultura, o que torna mais improvável que essas pessoas consigam melhorar suas condições de vida.  Mediante a isso, torna-se mister que o governo federal invista na construção de espaços que objetivem à difusão cultural em comunidades de classe média e baixa, além de buscar investimentos do setor privado, por meio de convênios público-privados, para que seja possível garantir o acesso gratuito da população de baixa renda em atividades culturais de diferentes gêneros.