Enviada em: 09/08/2019

Muitos historiadores e cientistas sociais, a exemplo de Sergio Buarque de Holanda e Gilberto Freyre, são unânimes em concordar que a características marcante do Brasil é a riqueza cultural.  Contudo, embora haja essa multiculturalidade no país, na contemporaneidade, os meios culturais ainda não são acessíveis à toda população e, tão pouco, difundida de maneira homogênea no território Nacional. Tal fato decorre, devido ao modo como foi construída a ideia de uma cultura elitizada na sociedade brasileira, bem como a ausência de incentivo a essa heterogeneidade, tem sido entraves à democratização do acesso aos bens culturais pelos diversos segmentos populares.   Convém salientar, a princípio, que a limitação do acesso aos acervos culturais é fruto de uma concepção arcaica de prestígio social. Isso pode ser evidenciado desde à chegada, no século XVII, da família real portuguesa, no qual significou não só desenvolvimento econômico do país, mas também representou mudanças no cenário cultural, havendo a abertura, por exemplo, de museus, teatros,entre outros. Entretanto, esse movimento de valorização no campo artístico não privilegiou os cidadãos menos favorecidos, tais como: pobres, escravos e, até mesmo de pessoas de classe média. Nesse sentido, observe-se que, ao longo da história, houve um Aparthaid cultural que tem sido refletido, atualmente, nos dados do Panorama Setorial da Cultura Brasileira, no qual retrata que 40% da população não frequenta museus, teatros e cinema. Dessa maneira, isso demostra que o acesso a esse bem ainda se encontra restrito a uma camada mais privilegiada da sociedade.    Por outro lado, a valorização à diversidade cultural não é muito evidente e disponível a todas as regiões do país da mesma forma. Visto que, de acordo com o senso do IBGE, muitos municípios não tem espaços de teatro, cinema, bibliotecas e oficinas. Além disso, os que possuem tais ambientes não ocorre sua preservação e tão pouco estão próximos de áreas periféricas. Nesse contexto, é evidente a perda de uma gama de conhecimento e aprendizagem que poderia ser valorizado pelos cidadãos do país.Dessa forma, é evidente que o patrimônio, seja ele material e/ou imaterial, é importante para a construção da memória coletiva  e garantir que haja a disponibilidade a todos é imprescindível.      Portanto, percebe-se que é pertinente que se tenha a ruptura de modelos anacrônicos de acesso aos espaços culturais e que haja a valorização dessa imensa rede multicultural. Para tanto, é imperativo que o Ministério da Cultura promova projetos,principalmente nas escolas,  que visem o desenvolvimento do acesso cultural, a qual promova a ida a museus, teatros, etc, com o fito de romper com os privilégio vistos no passado. Além disso, o Fundo Nacional de Cultura investir e levar as áreas distantes do país projetos de cultura. Assim, essa heterogeneidade será de fato valorizada por todos.