Enviada em: 28/04/2018

Segundo a Primeira Lei de Newton, ou Lei da Inércia, corpos em repouso tendem a continuar dessa forma se nenhuma força lhes for aplicada. Fora dos livros didáticos e em território brasileiro, a desvalorização da ciência é um problema frente às poucas pesquisas e projetos científicos produzidos em nosso país, o que o mantém em repouso, como os corpos estudados por Newton, quando a pauta é inovação. Logo, é necessário debater sobre esse imbróglio para solucioná-lo.    A princípio, convém ressaltar que, devido a falta de insumos para montagem de laboratórios principalmente nas escolas de ensino médio, muitos estudantes são impedidos de investir seu conhecimento e criatividade em experiências e projetos que poderiam, inclusive, solucionar problemas locais e nacionais. Consequentemente, nem todos os alunos têm a oportunidade de fazer como os estudantes do Instituto Federal do Mato Grosso, que desenvolveram fraldas biodegradáveis após uma série de experimentos com um aparato de recursos, ferramentas e incentivos que deveriam ser a regra, mas são exceção.        Entretanto, esse impasse está longe de ser resolvido. Isso porque o Governo Federal investe valores insuficientes na ciência e na tecnologia e, enquanto países como Estados Unidos e Inglaterra atribuem mais de dois por cento do seu Produto Interno Bruto a essa área, o governo brasileiro fez, recentemente, um corte de quarenta e quatro por cento no orçamento destinado a esse campo, indo na contra mão do desenvolvimento. Ademais, segundo dados do Censo Escolar do Ministério da Educação, mais da metade dos alunos do ensino médio estudam em escolas desprovidas de oficinas de ciências, o que resulta em milhões de estudantes fazendo provas e aprendendo conceitos que não podem ser aplicados na prática.       Sendo assim, medidas são necessárias para resolver esse impasse. A cerca disso, o Governo Federal deve, em parceria com multinacionais interessadas em reforçar a área científica brasileira, destinar mais de dois por cento do seu PIB para um fundo monetário que também receberia investimentos das multinacionais e seria destinado tanto a construção de laboratórios em escolas públicas como ao financiamento de pesquisas que já estão em andamento. Além disso, faz-se necessário, também, que pequenas empresas brasileiras do ramo tecnológico façam convênios com escolas particulares, oferecendo estágios e espaço para o estudo e desenvolvimento de projetos que possam ser aplicados tanto ao mercado como às comunidades, pois como citado pelo escritor Gilberto Freyre: "Sem um fim social o saber será a maior das futilidades".