Enviada em: 09/06/2018

Encontrando-se estagnado política e economicamente após perder a Segunda Guerra Mundial, a partir de 1945 o Japão, visando reerguer-se, priorizou os setores de educação e ciências, o que se refletiu, já na década de 1960, na sua posição de segunda maior economia do planeta. Hodiernamente, contudo, diferentemente desse país, o Brasil, lamentavelmente, caminha na contra-mão do desenvolvimento não reconhecendo o devido valor do setor de ciências, seja pela inadimplência política, seja pela indiferença midiática.      A priori, é imperioso ressaltar a insuficiência de medidas governamentais como um dos promotores do problema em questão. A esse respeito, é sabido que a ciência é fundamental para a evolução econômica e social de um país, tal como exemplificado na importância do desenvolvimento do motor movido à álcool por pesquisadores brasileiros para a superação da crise petrolífera de 1973. Não obstante, em face do corte de aproximadamente R$5 bilhões de reais, segundo o site de notícias g1.com, que seriam destinados a esse setor,  comprova-se a inoperância e a desconsideração do Estado por toda a sociedade. Situação essa que culmina, em última análise, no letárgico desenvolvimento do país.      Outrossim, vale pontuar, ainda, que de acordo com Max Horkheimr, filósofo que estudou a indústria cultural, os meios de comunicação perderam a sua função social, tendo como exclusivo objetivo a produção de informação como forma de arrecadação financeira. De modo análogo, a indústria publicitária brasileira, alinhada aos interesses de mercado, pouco difunde informações a respeito da ciência no Brasil devido à baixa lucratividade financeira. Dessa forma, dificulta a desmistificação em relação a essa área e impede que o seu valor seja efetivamente reconhecido pela sociedade.     Infere-se, portanto, que há entraves para a valorização da ciência no Brasil. Destarte, é precípuo que o Congresso Nacional, por intermédio de uma emenda constitucional, estipule um maior percentual dos recursos financeiros da União destinado ao desenvolvimento científico no país, de modo a amparar pesquisadores e pesquisas que futuramente trarão expressivos retornos aos brasileiros. Ademais, é essencial que o Ministério da Cultura, através dos meios de comunicação, elabore e divulgue programas que tratem sobre a importância da ciência para a evolução da humanidade, com o fito de esclarecer essa área e assegurar o seu reconhecimento em todos os nichos da sociedade.