Enviada em: 20/07/2018

Sob o contexto de intenso desenvolvimento tecnológico do século XIX, chegou ao Brasil o movimento do Naturalismo, que tinha como máxima a valorização da ciência como instrumento de análise e compreensão social. No entanto, a escola literária de Aluísio de Azevedo parece contrastar com os conceitos brasileiros atuais, visto que o conhecimento científico tem sido marginalizado, de modo a causar a estagnação ou o retrocesso no âmbito do desenvolvimento do país frente ao cenário mundial, bem como na qualidade de vida da população nacional.        A priori, convém ressaltar a importância da ciência para o progresso brasileiro. Nesse viés, inserem-se importantes movimentos, como a Revolução Verde, que, por meio do aprimoramento científico e tecnológico das práticas de cultivo, possibilitou que o país alcançasse posição de destaque no cenário global de produção e exportação de gêneros agrícolas. Sendo assim, torna-se evidente a dependência brasileira em relação às pesquisas e inovações tecnológicas para sair da posição econômica de país emergente em direção ao patamar de nação desenvolvida. Entretanto, dados da Faculdade Federal de São Paulo indicam que a verba destinada a esse fim, no ano de 2018, foi quase 20% menor que nos anos anteriores, o que ocasiona inúmeros prejuízos ao desenvolvimento nacional.        Em segunda instância, por estar intimamente ligada à economia brasileira, evolução científica tem papel fundamental na superação de problemas de cunho social, relacionados à saúde dos indivíduos, no que diz respeito ao baixo índice de acesso a medicamentos. Nesse contexto, segundo informações obtidas pela Pesquisa Nacional de Saúde, pouco mais de 30% dos cidadãos brasileiros conseguiram obter pelo menos um dos fármacos que necessitavam no ano de 2017, devido ao alto custo e à pouca disponibilidade destes em farmácias populares. Dessa maneira, a ciência, por meio da realização de pesquisas que possibilitariam a produção de medicamentos a baixo custo, contribuiria para a amenização dessa debilidade e para a consequente melhoria na qualidade de vida da população.        Mediante ao exposto, faz-se necessária a adoção de medidas que solucionem o problema vigente. Destarte, cabe à mídia, em parceria com a população, demonstrar maior apoio à comunidade científica, por meio da organização de passeatas pacíficas que cobrem das autoridades nacionais um maior investimento no ramo da pesquisa, com o fito de garantir uma maior visibilidade da causa por parte dos chefes de Estado. Outrossim, convém que o Governo institua a ciência como área prioritária de investimento, ao lado da saúde e da educação, a fim de promover, sobretudo, o desenvolvimento social e econômico do país. Quem sabe, assim, a valorização científica expressa no contexto do Naturalismo volte a ser presente na nação brasileira.