Enviada em: 06/09/2018

Segundo Edward Teller, físico teórico conhecido por desenvolver a bomba de hidrogênio, "a ciência de hoje é a tecnologia de amanhã". No Brasil, essa constatação parece não fazer parte do consciente coletivo, uma vez que o orçamento destinado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações (MCTIC) e Comunicações tem sofrido cortes que colocam em risco não apenas institutos de pesquisa, bem como o desenvolvimento do país.        Tal questão motivou a 3ª Marcha pela Ciência, que congregou cerca de mil pessoas na Avenida Paulista, importante via do estado de São Paulo, em outubro de 2017. Na ocasião, pesquisadores e estudantes pleiteavam a valorização do conhecimento científico e o aumento de investimentos no setor, visto que as instituições científicas governamentais vivem a maior crise orçamentária de sua história, de acordo com dados coletado pelo MCTIC e divulgados pelo jornal Estadão. O que aponta para um quadro alarmante, pois, como ecoaram os manifestantes, "sem ciência não tem futuro", uma afirmação ratificada historicamente.        Afinal, a Revolução Científica, que se deu entre os séculos XVI e XVIII, é, indubitavelmente, um marco para a humanidade, por desvencilhar a ciência das influências da Idade Média e, assim, abrir caminho para as descobertas que trouxeram o homem ao mundo pós moderno. Deste modo, reduzir a verba encaminhada para a área da ciência é negar seu valor, consentir com o desmonte de instituições de ensino e museus. Significa seguir o caminho oposto àquele trilhado pelos países que buscam o desenvolvimento, como Rússia, Índia, China e África do Sul, pois estes têm ampliado os investimentos no campo científico.        Posto isso, faz-se imprescindível que a verba do MCTIC seja ampliada, para tal, deve-se recorrer à reserva de contingência nacional. Assim, deverá garantir-se a manutenção de instituições, museus e bolsas de pesquisa, a fim de estabelecer condições para que ciência e, consequentemente, o país se desenvolvam. Ademais, mostram-se necessárias medidas públicas voltadas à criação de uma cultura de valorização do campo científico. Para tal, o Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, deve criar uma campanha, a ser veiculada por meio de produção audiovisual nas principais emissoras televisivas de rede aberta, que incentive os estudantes de nível fundamental e médio, de instituições públicas e privadas, a visitar os Centros e Museus de Ciência e Tecnologia espalhados pelo território nacional.