Enviada em: 26/10/2018

Há pouco mais de um século, a população carioca revoltava-se contra a medida que impunha a vacinação obrigatória na cidade. À época, entende-se que a novidade causou receio à população visto que não se tinha tanto acesso à informações. Porém, após tantos anos de pesquisas e aprimoramentos, com a conquista da erradicação de diversas doenças no país, movimentos contra a utilização de vacinas vêm crescendo, novamente, na sociedade brasileira.       Os números de títulos de doutorado e mestrado concedidos no Brasil aumentaram em mais de 300% e 400%, respectivamente, entre 1996 e 2014. Contudo, apesar de tais estatísticas parecerem animadoras, o Brasil ainda é um dos países que menos investe em educação e ciência, contrariando a maioria dos países em desenvolvimento. Além disso, entre os temas mais importantes da atualidade na área científica estão os estudos para o desenvolvimento e aprimoramento de vacinas e medicamentos para cura ou tratamento de doenças, importantes para a continuidade de projetos, e que merecem prioridade diante da atual situação da saúde no país.       Para o sociólogo Bauman, a sociedade atual pode ser classificada como uma modernidade líquida, na qual não há um planejamento a longo prazo. Os grandes projetos se perderam e a sociedade não é mais voltada para o alcance de um objetivo comum. Com isso, fica evidente o desentusiasmo pela pesquisa no país, principalmente entre os jovens, seja por falta de investimento do setor educacional, bem como a acomodação dos indivíduos, que diante da atual tecnologia, não surpreendem-se com pequenos  avanços da área científica, demonstrando imparcialidade diante desses.       A nova onda de "especialistas" que informam-se apenas pela internet, sobretudo nas redes sociais, traz diversos prejuízos à população. Com a disseminação exacerbada de notícias falsas, os artigos científicos e a opinião de verdadeiros especialistas nos assuntos têm sido ignorados e até mesmo ridicularizados. Assim, percebe-se uma alienação das pessoas às suas respectivas opiniões, construídas, geralmente, sem embasamento científico, desmerecendo o trabalho e tempo de pesquisa dos estudiosos.      Sendo a curiosidade a engrenagem que move e instiga a busca pelo conhecimento, identifica-se hoje a falta de incentivo ao pensamento e, por conseguinte, um menor investimento governamental na ciência. Diante disso, cabe ao Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações ampliar a aplicação de recursos na área, priorizando a instauração de laboratórios e projetos nas escolas, que demonstrem a importância da ciência para a sociedade e investindo na formação de divulgadores científicos, estimulando a busca por informações.