Enviada em: 25/10/2018

O Brasil teve em sua história diversos personagens que tornaram notáveis seus nomes na ciência mundial. O bacteriologista Oswaldo Cruz e o cientista Carlos Chagas, por exemplo, são reconhecidos pelos seus descobrimentos no ramo das ciências biológicas. Recentemente, entretanto, observa-se que a depreciação do papel do cientista e da educação revelam a desvalorização da ciência no Brasil. É fulcral, desse modo, analisar os aspectos morais e políticos referentes à problemática para solucioná-la.       A priori, convém frisar que a esfera científica no Brasil é de reconhecimento de poucos cidadãos e restrita a, somente, uma elite educacional. Nesse contexto, é nevrálgico apontar que a sociedade brasileira, em geral, não possui conhecimento sobre as pesquisas realizadas no país, a importância de valorizá-la e os benefícios dela, isto é, a desvalorização da ciência é fruto do despreparo educacional dos indivíduos. Evidência disso é a pesquisa do Instituto Data Folha em São Paulo que apontou que, apesar de ser reconhecida a importância, mais de 70% da população não sabe o nome de nenhum instituto ou universidade de pesquisa. Tal conjuntura, portanto, enquadra-se nas premissas da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, que reconhece a necessidade do investimento em educação para tornar notório o reconhecimento da população sobre a ciência. Logo, observa-se a primordialidade da educação e da informação para valorizar a ciência.       Outrossim, em uma análise mais específica, infere-se que a estrutura político-legislativa do Brasil colabora para a manutenção do "status quo". Nesse prisma, nota-se que a burocracia, regulamentação e a falta de políticas público-privada representam um imbróglio ao desenvolvimento da ciência, uma vez que não há no Brasil uma estrutura que garanta a estabilidade e segurança à investimentos, principalmente, da esfera privada e de outros países. Isto é, de maneira análoga ao feito pelos mecenas no Renascimento, é importante o investimento privado em pesquisa e desenvolvimento, entretanto, a situação burocrática do país impossibilita-o. É mister, logo, a revisão de políticas de investimento em pesquisa que possibilitem maior liberdade e segurança no investimento em pesquisa.       Compreende-se, pois, que é vital explorar os pontos legais e os socioeducacionais referente ao impasse. Dessarte, urge que o Ministério da Ciência e Tecnologia, com auxílio do Ministério da Fazenda e do Ministério da Educação(MEC), elabore: um programa de ensino à pesquisa nas escolas, por meio de um currículo acadêmico sobre a história da ciência brasileira com indivíduos notáveis e seus benefícios, para que o conhecimento sobre a ciência seja disseminado; e uma comissão de instituições de pesquisa que, por intermédio de isenção fiscal do governo e de amparo jurídico, busque investimento para a área de pesquisa. Com isso, o Brasil tonar-se-á novamente notório na ciência.